Princesa Diana: A tragédia podia ter sido evitada?

Toda a história da noite trágica em que morreu Lady Di. Relembre que aconteceu a 30 e 31 de agosto de 1997.

16 Ago 2017 | 16:43
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Há 20 anos, o mundo chorava a morte da princesa Diana. Foi a 31 de agosto de 1997 que a mãe dos príncipes William e Harry, na altura com 36 anos, perdeu a vida num acidente trágico, que ainda hoje causa polémica e dor.

Os últimos momentos de um dos maiores ícones do século XX

Divorciada do príncipe Carlos, Diana era, em 1997, a mulher mais popular e mais apetecida para os paparazzi, que faziam tudo por uma fotografia de Lady Di. No quente mês de agosto desse ano, a imprensa seguia atentamente a história de amor com Dodi Al-Fayed, filho do milionário Mohamed Al Fayed, proprietário dos armazéns de luxo Harrods. A amizade colorida dos dois é alvo de especulação constante, especialmente depois de o casal ser fotografado  numas férias no Mediterrâneo. 

 Após nove dias de descanso, Diana e Dodi chegaram a Paris de jato privado. Estamos a 30 de agosto. Ficam hospedados no Hotel Ritz com planos para regressarem a Londres no dia seguinte. 

 Nessa noite, planeiam jantar fora mas, quando saem da unidade hoteleira de luxo, são seguidos por vários paparazzi. Dodi terá entrado em pânico, o que levou o casal a regressar ao Ritz para a refeição. É-lhes arranjada uma mesa à pressa no restaurante do hotel, mas Diana começa a chorar. O jantar acaba por ser servido na suite imperial. 

 Após a refeição, Diana e Dodi saem do hotel (a terceira vez nessa noite) com o objetivo de se dirigirem ao apartamento do filho de Mohamed Al Fayed, situado nas proximidades. Câmaras de vigilância do Ritz captam os últimos momentos de vida da princesa. 

 Os dois são novamente surpreendidos por uma multidão de paparazzi, na Place Vendôme. Tentam distrair os jornalistas. O carro habitual do casal sai pela porta da frente, mas Diana e Dodi abandonam a unidade hoteleira pela porta dos fundos noutra viatura, um Mercedes S280 Saloon.

 Iniciam viagem e são seguidos por nove paparazzis de mota. Ao volante do Mercedes seguia o motorista Henri Paul. No banco dos passageiros seguia ainda o segurança de Fayed, Trevor-Rees Jones, o único sobrevivente.

O trágico acidente

 Pouco tempo depois, acontece o aparatoso e trágico acidente no túnel Ponte de l’Alma. Pelas 00h25 do dia 31 de Agosto, a viatura onde seguia a mãe dos príncipes William e Harry perde o controlo, desvia-se para a esquerda e choca violentamente contra o 13º pilar do túnel.  A primeira equipa de socorro chegou ao local à 0h32. 

 Testes revelam que o Mercedes chegou a bater num Fiat Uno branco, antes de entrar no túnel, mas este segundo carro nunca foi encontrado.

 A princesa Diana ficou presa nos destroços. Ainda foi retirada com vida, recebeu tratamentos médicos no local e foi transportada de ambulância para o hospital Pitié-Salpêtrière, onde chega às 2 h06. É operada, mas viria a morrer às quatro da manhã devido a forte hemorragia. 

 A morte foi anunciada à imprensa às 5h30. Notícias com o relatório médico dão conta que, devido ao forte impacto do acidente, o coração de Diana deslocou-se do lado esquerdo para o direito, rompendo a veia pulmonar esquerda e o pericárdio.

 A investigação sobre o acidente concluiu que a tragédia aconteceu devido à alta velocidade da viatura [entre 118 km/h e 155 km/h], mas também ao facto de o motorista estar embriagado e sob o efeito de antidepressivos. Nenhum dos ocupantes usava cinto de segurança.

O funeral mais mediático de sempre

O funeral da Princesa do Povo aconteceu cerca de uma semana depois [a 6 de setembro] e foi seguido por todo o Mundo, tendo transmissão em direto em vários países. Nos Estados Unidos, por exemplo, foi seguido por 33,2 milhões de norte-americanos através da televisão.

As cerimónias tiveram início às 9h08. Mais de um milhão de pessoas juntaram-se nas ruas de Londres para acompanhar os 13 quilómetros do cortejo fúnebre desde o Palácio de St. James até à Abadia de Westminster, onde aconteceu a missa durante uma hora e dez minutos, perante várias figuras de renome mundial como Margaret Thatcher, Hillary Clinton ou Nelson Mandela.

William tinha 15 anos e Harry 12. Para a história ficam as imagens dos príncipes a caminhar atrás do caixão da mãe, junto ao príncipe Carlos, o duque de Edimburgo e a Charles Spencer, irmão de Diana.

Este acontecimento foi inédito dado que o funeral teve honras de Estado, apesar de Diana já não pertencer à família real britânica devido ao divórcio. A demora na reação da família real à morte de Diana foi motivo de muita polémica. No dia do acidente, a rainha Isabel II estava de férias em Balmoral e não se deslocou de imediato para Londres, permanecendo de férias e deixando os britânicos revoltados. O facto de a bandeira não ter sido colocada logo a meia-haste no Palácio de Buckingham, em sinal de luto, também foi motivo de acentuadas críticas. 

É ainda de destacar que Elton John, amigo pessoal de Lady Di, fez uma homenagem na Abadia de Westminster ao tocar e cantar a música “Candle in the Wind (Goodbye England’s rose)”. Um momento que permanece na história pela carga emotiva e simbólica. 

O corpo de Diana está sepultado em Althorp, na propriedade da família Spencer.

A história do Mercedes

Anos depois da morte de Lady Di, uma investigação jornalística da revista francesa Paris Match [“Qui a tué Lady Di?” (Quem matou Lady Di?)] garantiu que o Mercedes S280 Saloon não estava em condições de ser conduzido, devido a um aparatoso acidente anterior. 

“Já tinha tido um acidente, um primeiro acidente em que capotou várias vezes, antes de ficar destruído. Depois, obteve-se autorização para que o carro fosse reconstruído (…) Esse carro do Ritz nunca devia ter voltado a circular”, defendem os jornalistas Pascal Rostain, Bruno Mouron e Jean-Michel Caradec’h que tiveram acesso às 8000 páginas da investigação judicial.

O que resta da viatura ainda está guardado num armazém da Scotland Yard.

Passaram 20 anos desde a morte da princesa Diana, mas o Mundo ainda chora a sua morte. Recentemente, Colin Tebbutt, motorista particular de Lady Di, quebrou o silêncio para lamentar não ter estado ao volante da viatura nessa noite. “Quem me dera ter sido eu a conduzir”, disse.

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