Sandro Lima, ex-namorado de Fanny Rodrigues, travou recentemente uma nova luta. O jovem, a quem foi diagnosticada uma leucemia há cerca de quatro anos, esteve internado na ala de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra por estar infetado com COVID-19.
Sandro Lima aguardava (mais) um transplante de medula óssea desde outubro, que acabou por ser adiado por duas vezes: uma após um problema relacionado com a saúde oral e outra depois de ter contraído o novo coronavírus.
Sandro Lima partilhou nas redes sociais uma sequência de fotografias e vídeos captados no hospital e, como legenda, escreveu um longo e emotivo texto sobre os dias assustadores que tem vivido.
“Gostava de vir aqui dizer-vos que o transplante já foi feito, mas infelizmente não. A data esteve prevista para meio de outubro, mas teve de ser adiada, para poder arrancar um dente devido a uma cárie. Transplante adiado. Passados quinze dias, o tempo de cicatrização, voltam a ligar-me a informar de uma nova data para o internamento. Dia 5 de novembro foi o dia escolhido. Chegámos à manhã de dia 4 de novembro e lá vou eu ao IPO fazer o último exame antes de entrar, o da COVID-19. O exame é feito e eu volto para casa. Até aqui tudo normal. O problema só chegou ao fim da tarde, quando o telemóvel toca e do outro lado da chamada em poucas palavras oiço: ‘Vamos ter de voltar a adiar o teu transplante, deste positivo’. E, aí, estremeci”, recorda.
Vários dias nos Cuidados Intensivos
“Até aqui, ‘tudo bem’. Apenas a tosse se fazia ouvir entre os sintomas. O pior veio depois e eu nem fazia ideia. Uma semana depois, deparo-me com a chegada da febre e automaticamente acende-se a luz da preocupação. Passei a ficar logo mais atento. Fui obrigado a ligar para os meus médicos e explicar-lhe o que se estava a passar. Disseram-me para estar atento aos próximos dois/três dias e ir verificando os picos de febre. Fiz o que me aconselharam e não tive sorte. Em vez de os picos espaçarem, ficavam cada vez mais curtos entre si e a febre continuava a trepar números acima”, descreve.
De seguida, Sandro Lima relata a altura em que foi internado nos Cuidados Intensivos. “Sexta feira, dia 13, dou entrada nas urgências COVID-19 no hospital de Coimbra a meio da tarde. Pensei eu que seria uma visita rápida. Horas depois, já estava instalado numa das camas das enfermarias, de oxigénio no nariz e com medicação a correr-me nas veias. Os dias foram passando e eu acreditava que a partir dali seria sempre a melhorar. Infelizmente, não foi assim. Pelo contrário. A febre continuava a trepar números sem parar, até passar os os 40.0º, a tosse era cada vez mais desconfortável, eu começava a ficar com dificuldade em respirar e a falta de ar também teimava em ficar. Sentia que alguma coisa não estava a correr como previsto. E tinha razão. As coisas não estavam a melhorar, tiveram de me transferir para os Cuidados Intensivos e por lá estive até ao dia de ontem“, diz, referindo-se a quarta-feira, 2 de dezembro.
“Foi temível e horrendo olhar para o lado e ver pessoas em coma”
Sandro Lima diz ter sido “medonho e pavoroso viver dentro daquela realidade”. “Foi temível e horrendo olhar para o lado e ver pessoas em coma, entubadas, e mais triste foi deixar de ouvir o barulho de algumas máquinas”, recordou.
“São mil e um pensamentos que vão nas nossas cabeças. Na minha então nem se fala. (…) Tenho medo de não conseguir recuperar da COVID-19, medo de sair daqui já tarde e não poder fazer o transplante, medo de já não reunir as condições necessárias para o fazer. Tenho medo, medo de não estar cá para contar mais um capítulo da minha história”, confessa.
“Neste momento continuo internado na hematologia, na minha ala, a recuperar e já negativo. Em breve, espero estar em casa”, termina.
Veja aqui os vídeos partilhados pelo antigo futebolista: