André Nunes terminou as gravações de “Bem Me Quer”, mas não teve tempo para descansar. O ator, que interpreta o divertido Pompeu na novela da TVI, voltou-se para o teatro como protagonista de “Abaixo da Cintura”, ao lado de João Saboga e Victor Santos. E já está nas últimas interpretações.
A peça está em cena nos Recreios da Amadora só até ao próximo domingo, dia 4 de julho. Nesse dia, o espetáculo, baseada na obra do dramaturgo inglês Richard Dresser e com encenação de Jorge Silva, começa às 16h00. Nos restantes, arranca às 20h30.
Leia a sinopse de “Abaixo da Cintura”:
“Três homens trabalham como controladores para uma misteriosa multinacional, num país distante e desconhecido. Longe das famílias e isolados dos restantes trabalhadores do complexo industrial. Estão completamente dependentes uns dos outros. Para alcançarem o Poder lutam entre si, utilizando como no boxe golpes baixos, Abaixo da Cintura.
A traição, a mesquinhez, os ciúmes mas também a fraternidade e a solidariedade humana estão evidenciadas nesta comédia negra onde o absurdo impera. A qualidade desta criação assenta, em 1º lugar no texto – um dos grandes textos do teatro contemporâneo na linha de Pinter ou Beckett, exibido por todo o território dos Estados Unidos, mas também com grande êxito na Europa – onde a manipulação das palavras e das ideias são tratadas com um sentido de humor aguçadíssimo e bastante inteligente.
Como elemento distintivo destaca-se a sonoplastia, com um importante papel de relevo, funcionando como se fosse uma personagem.
Num momento em que se coloca em causa a viabilidade da continuação do actual modelo económico, assente na exploração de recursos, ignorando a sua finitude, a apresentação desta peça assume particular pertinência, na medida em que, coloca em perspectiva o absurdo deste modelo civilizacional, ao mesmo tempo que ressalta a desumanização dele decorrente.
O desenraizamento, a falta de ligação com um tempo e um espaço, mantidos indefinidos, funciona como uma metáfora do actual momento de charneira entre as últimas gerações herdeiras do séc. XX e a emergência de um novo paradigma para o séc. XXI.
Expõe também a distância, a dificuldade da relação com o outro. Os modelos de organização laboral assumem particular importância, a falência dos modelos emergentes da Revolução Industrial e do taylorismo, a procura de soluções que permitam a conciliação da vida profissional e familiar e o impacto na saúde, particularmente, na saúde mental, que os modelos organizacionais de elevada competitividade têm.
Finalmente, o tema da exploração cega de recursos numa óptica de ‘desenvolvimento económico’ que, na prática não é mais do que um mimetismo da lógica dos descobridores e exploradores dos séc. XV e XVI.
Uma imposição e falta de assimilação das efectivas condições das realidades onde atuam, está em linha com a agudização e, cada vez maior consciência do impacto da intervenção humana no meio ambiente, e na exaustão e extinção de recursos naturais.
Destacamos a universalidade do texto, bem como a temática transversal a todos os homens e a todas as sociedades subjugadas por sistemas onde, o materialismo e o capitalismo selvagem predominam.”
4ª Mostra de Jovens Criadores de Teatro
De 16 a 18 de julho, estará também em cena a 4ª Mostra de Jovens Criadores de Teatro, que tem como objetivo apoiar jovens criadores que desenvolvem projetos na área do Teatro e que têm dificuldades de ter à sua disposição espaços de acolhimento, com condições técnicas e de divulgação que dignifiquem o seu trabalho.
Nas Mostras anteriores, a bilheteira revertia a 100% para os projetos seleccionados. O Teatro dos Aloés, devido às limitações de público, optou por um apoio monetário fixo, entregue a cada um dos oito projetos apresentados, no palco dos Recreios da Amadora.
“Fazer Teatro para nós significa contribuir para um esclarecido exercício da cidadania, a elevação moral e espiritual e o desenvolvimento cultural das populações para que trabalhamos”, diz a atriz Elsa Valentim, membro da Associação de Teatro dos Aloés e uma das mentoras do conceito.
André Nunes em apuros em “Bem Me Quer”
Na fase de exibição de “Bem Me Quer”, a personagem de André Nunes vive momentos hilariantes, com o nascimento das suas três filhas, de três diferentes mulheres, que deram o mesmo nome às crianças, Amélia, em homenagem à mãe do empresário, Teodora (Rita Ribeiro).
A mulher de Pompeu, Celinha (Paula Neves), chegou a correr risco de vida, mas a história teve um final feliz e a filha nasceu saudável. O mesmo aconteceu com as bebés de Carmo (Julie Sergeant) e de Carolina (Marisa Cruz), que até chegou a abandonar a sua Amélia mas regressou, entretanto, para junto dela.