O programa “Got Talent Portugal” voltou à antena da RTP1 no passado domingo, 13 de fevereiro, com Beatriz Vilar como concorrente. A participante do talent show da estação pública diz-se “abençoada” por ter tido a oportunidade de crescer no “seio da melhor família do Mundo”.
Embora afirme que tenha tido um início de vida “conturbado”, revela que o amor acabou por definir aquilo que é hoje. “Nasci em Faro, no seio de outra família. E o meu primeiro ano de vida foi no Refúgio Aboim Ascensão, em Faro. Após esse período, do qual não tenho memórias, aos 17 meses os meus pais foram buscar-me e cresci com uma família normal, que acho que é o sonho de todas as crianças”, conta à TV 7 Dias a jovem cantora de fado de Coimbra, atualmente com 24 anos.
Beatriz Vilar avança ainda: “Na verdade, os meus pais são meus tutores, eles não têm a minha adoção plena. A minha avó biológica, que já faleceu, e a minha mãe também, mas com quem nunca tive relação, era amiga da minha mãe adotiva, elas têm a mesma idade, e na altura em que isto me estava a acontecer, a minha avó partilhou com a amiga [N.R.: mãe adotiva] o que me estava a acontecer. Então, a minha mãe falou com o meu pai e com os meus irmãos, e toda a gente aceitou receber-me. Tive a sorte de terem assumido a tutoria logo prontamente.”
Concorrente de “Got Talent Portugal”: “Comecei a cantar no teatro amador”
E foi rodeada pelos pais e pelos quatro irmãos mais velhos, e sobrinhos, alguns mais velhos do que ela, que cresceu e acabou por desenvolver o gosto pelas artes. “Comecei a cantar aos cinco anos, no teatro amador”, recorda.
Agora, em “Got Talent Portugal”, Beatriz Vilar quer revelar o seu talento enquanto cantora e demonstrar que o fado de Coimbra também pode ser cantado por mulheres. “Achei que o ‘Got Talent Portugal’ seria uma ótima oportunidade para poder fazer essa mudança, porque acho que já não faz muito sentido haver essa proibição, digamos assim, e é uma ótima oportunidade para abrir portas a outras mulheres, falar sobre esta tradição. As mulheres também podem e devem cantar o fado de Coimbra.”
Texto: Telma Santos (telma.santos@impala.pt); Fotos: Madalena Esteves/Fremantle
(artigo originalmente publicado na edição nº 1822 da TV 7 Dias)