Já teve a sensação que um dia de trabalho pareceu uma semana quando as funções não lhe agradavam? Ou que aquele fim-de-semana de férias a fazer o que mais gosta passou a correr? Pois é, a sensação que temos do tempo a passar é tão relativa quanto aquilo que estamos a fazer nos dar prazer ou não.
Tudo se deve às células que usam a Dopamina. A descoberta é de uma equipa da Fundação Champalimaud.
A investigação liderada por Joe Panton foi publicada pela revista “Science”: “O que descobrimos é que as células que usam a dopamina estão ligadas à estimação do tempo” – explicou Joe Panton.
Como é que esta equipa descobriu esta nova característica da nossa relação com o tempo? Com a ajuda de ratinhos cujo julgamento do tempo foi determinado pelas células dopaminérgicas: “Quando tinham mais atividade nas células dopaminérgicas tinham mais probabilidade de julgar os intervalos como curtos e o oposto quando tinham menos atividade”.
Ou seja, quando os ratinhos estavam a fazer alguma atividade que lhes desse prazer julgavam que os intervalos de tempo eram mais curtos e quando nada faziam julgavam o tempo mais longo.
O mesmo acontece connosco. Resumindo e concluindo: “Quando nos estamos a divertir, estes neurónios dopaminérgicos têm tendência para estar mais ativos e nessas situações, achamos que menos tempo passou”, explica Sofia Soares que faz parte da equipa de investigação.
O tempo é sempre igual mas a nossa percepção varia. Aqueles “5 minutos” na cama são, na realidade, muito mais que 5 minutos e aquela viagem que queria mesmo fazer vai sempre parecer menos tempo do que é.
Lembre-se: A culpa é da Dopamina.