Agricultor devastado no funeral da irmã vítima de COVID-19! Vejas as imagens exclusivas

Foi para a Suíça de carro e não descansou enquanto não trouxe o corpo da irmã e toda a família para Portugal. O funeral ficou marcado por imprevistos e António Gonçalves não sabe como superar a dor.

07 Jun 2020 | 21:30
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A dor e o sofrimento têm marcado a vida de António Gonçalves. Em cinco anos, perdeu os pais e o amor da sua vida e, quando tudo parecia estar a estabilizar, o agricultor de Chaves sofreu mais um revés.

Numa altura em que se preparava para voltar a gravar Quem Quer Namorar com o Agricultor?, o concorrente do programa da SIC recebeu a trágica notícia da morte da irmã, vítima da COVID-19. A familiar estava em coma induzido na Suíça desde 13 de abril e faleceu na passada sexta-feira, dia 22 de maio.

À TV 7 Dias, António Gonçalves falou sobre «o inferno»  que está a viver e assumiu o medo de não ter forças para se reerguer. «Não têm sido tempos nada fáceis. A vida tem sido muito madrasta para mim. Desta vez foi a segunda mãe que foi embora. A minha irmã era tudo para mim, era mesmo como se fosse minha mãe. Era ela que me dava na cabeça quando era preciso, que me dava colo quando necessitava. A vida comigo não tem sido justa, tem-me levado todos os que amo demasiado cedo. É uma tristeza muito grande, perdi todos os que amo», afirma, recordando a mulher, Celeste, que morreu há cerca de um ano, aos 46 anos, com cancro.

«Estes últimos anos, a vida tem sido muito ingrata comigo, eu não merecia. Nada posso fazer, estou a lidar mesmo muito mal com isto. Estou a bater um bocado mal. Já tive tanta dor na minha vida. Não há explicação. Não sei como é que vou ter forças para me pôr de pé», acrescenta o agricultor enquanto tenta segurar as lágrimas.

 

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Os dias têm sido de «agonia e tristeza», porém o agricultor tem esperança de que tudo fique melhor. «Vai-se vivendo… ou sobrevivendo! É mais assim, porque isto já não é vida. Agora, é viver um dia de cada vez e tentar aproveitar da melhor forma que conseguir, porque já tive várias provas de que isto é uma passagem cheia de mágoas, muito rápida, que acaba num instante. E, pronto, agora é esperar que esta dor fique mais calma e, depois, tentar viver a vida com um sorriso, se é que isso vai ser possível», lamentou.

Embora se tenha mostrado sempre positivo para dar força à família emigrada na Suíça, o produtor de leite admite que, no fundo, sentia que seria este o trágico desfecho. «O que mais dói é que eu sempre tive um pressentimento que não ia conseguir salvá-la. Assim como não consegui salvar a minha mulher… É uma dor muito grande. Eu tinha isto dentro de mim, já adivinhava que este era o desfecho. A partir da terceira semana em que estava em coma induzido, eu senti que não havia volta atrás e comecei logo na minha cabeça a calcular que as coisas não iam correr bem. Foi muito difícil não poder estar lá com eles e apoiá-los nesta altura», assume o agricultor.

Assim que soube da notícia, António rumou de imediato à Suíça, de carro, para poder apoiar a família. «Tratei de tudo para conseguir levá-la para a terra onde ela tem a sua casa, no centro da Guarda. Fiz tudo para trazê-la para Portugal e trato de tudo com muito prazer. Foi tudo muito difícil, mesmo com o corpo lá na Suíça. Eu já regressei agora a Portugal, tive de vir de automóvel. Estou desfeito, com sono, com tudo. Isto já não dá. O corpo está mal, mas o pior é a cabeça, não para de pensar», confidenciou o também empresário no dia anterior ao funeral.

O agricultor fez de tudo para que toda a família emigrada na Suíça pudesse estar presente nas cerimónias fúnebres. «A família vem toda. Aluguei um autocarro enorme, de 60 lugares, e vêm 20 pessoas para poderem vir com o devido distanciamento», contou, não escondendo a preocupação. «Só espero mesmo que não haja nenhuma confusão na fronteira. Espero mesmo, era só o que me faltava. Mas eu já sei que um azar nunca vem só…», lamentou.

O funeral decorreu a 27 de maio em Pinhel, na Guarda, e a família conseguiu chegar em segurança. A cerimónia teve lugar no cemitério de Freixedas e contou com a presença da família e dos amigos mais próximos. Ainda assim, nem mesmo no dia do último adeus à irmã, António Gonçalves teve tréguas. É que a cerimónia, que era suposto começar às 17h00, sofreu um atraso devido a problemas com a transladação do corpo para Portugal. Eram já 18h30 quando António e a família chegaram ao local.

Ainda que já tenham sido levantadas algumas restrições devido à pandemia, a GNR estava no local para se assegurar de que eram cumpridas todas as medidas de segurança. Além da família, só mais dez pessoas é que poderiam entrar no cemitério e todos os presentes estavam obrigados a usar máscara. António despediu-se daquela que era a sua segunda mãe desfeito em lágrimas. No entanto, não deixou de ser o grande apoio dos restantes familiares, em especial da sobrinha Melanie, que estava inconsolável.

Recorde-se que, há cerca de um mês, António Gonçalves esteve em O Programa da Cristina e contou o drama que assolava a família na Suíça. Nessa ocasião, Melanie surpreendeu o tio e entrou em direto via Skype. «Ela está num bom caminho, temos mantido sempre a esperança. É difícil curar uma infeção no pulmão, mas estamos todos com pensamentos positivos», explicou, na altura, a sobrinha de António.

 

Texto: Maria Inês Gomes (ines.gomes@impala.pt); Fotografias: D.R.

 

(artigo originalmente publicado na edição nº 1733 da TV 7 Dias)

 

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