Anthony Bourdain, chef estrela de televisão, foi encontrado morto esta sexta-feira, 8 de junho. O chef norte-americano, apresentador de programas premiados como «Parts Unknown» e «No Reservations», estava em França a gravar um programa para a CNN.
Foi o canal norte-americano que avançou a morte de Bourdain e também a causa: suicídio.
«É com enorme tristeza que confirmamos a morte do nosso amigo e colega, Anthony Bourdain. O seu amor pela aventura, novos amigos, boa comida e bebida e os impressionantes relatos sobre o nosso mundo fizeram dele um contador de histórias único. Os seus talentos nunca deixaram de nos impressionar e vamos sentir muito a sua falta. Os nossos pensamentos e orações vão para a sua filha e família, neste momento incrivelmente doloroso», escreveu a CNN em comunicado.
Bourdain foi encontrado sem vida pelo chef e amigo Eric Ripert. O apresentador deixa uma filha, Ariane, de nove anos, fruto da relação com Ottavia Busia. Anthony Bourdain mantinha uma relação há um ano com a atriz italiana Asia Argento.
A ligação íntima com Portugal
Bourdain, 61 anos, que foi catapultado para a fama com o livro «Cozinha Confidencial», em 2000, tornou-se uma estrela de televisão dois anos depois, com o programa «A Cook’s Tour».
E a ligação do norte-americano com Portugal começou exatamente nessa altura. O episódio de estreia do seu primeiro programa foi gravado no Douro, região onde viu pela primeira vez um animal ser morto.
O chef norte-americano voltaria a Portugal mais três vezes: em 2009, gravou um episódio do programa «No Reservations» nos Açores e, no final de 2011, em plena crise económica regressa ao nosso país para mostrar Lisboa ao mundo. A última visita do norte-americano aconteceu em fevereiro de 2017. Anthony Bourdain visitou o norte do país e deu a conhecer o melhor da Cidade Invicta.
Veja aqui um excerto desse programa:
Uma vida de excessos
Filho de pai francês e mãe norte-americana, Anthony Bourdain nasceu e cresceu em Nova Iorque. Durante a adolescência e início da idade adulta, viveu uma vida de excessos, tendo falado publicamente várias vezes sobre o consumo excessivo de álcool e drogas. «Deixei a heroína na década de 80… nem toda a gente consegiu», disse, numa entrevista ao site biography.com.
Bourdain sempre soube que vivia no limite e tinha consciência de que tinha desafiado, por várias vezes, a própria vida.
«Devia ter morrido aos 20 anos. Tornei-me bem sucedido aos 40. Fui pai aos 50. Sinto que roubei um carro – um belo carro – e continuo a olhar pelo retrovisor à espera de ver luzes brilhantes».