António Cordeiro esteve internado e foi sujeito a sete testes à covid-19

António Cordeiro, que completou esta segunda-feira, 18 de maio, 61 anos, esteve internado no hospital e foi sujeito a vários testes à Covid-19. O ator encontra-se muito debilitado.

20 Mai 2020 | 12:46
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Debilitado e mais magro, António Cordeiro sofreu uma infeção pulmonar há dois meses e foi obrigado a fazer sete testes à Covid-19, que deram todos negativo. Segundo o Correio da Manhã, o ator, que sofre desde 2017 com paralisia supranuclear progressiva, esteve um mês e meio internado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, pouco depois de ser colocado na Casa do Artista.

As declarações são do amigo Orlando Henrique, que revela que o ator «já não consegue falar», mas ainda «continua a reconhecer a família». «O António sofreu uma infeção pulmonar há dois meses. Ficou dois meses internado no Hospital de Santa Maria e perdeu muito peso», conta.

«Fez sete testes à Covid-19, mas deu tudo negativo. Assustou-o um bocado», revela aquele que tem sido o responsável pelas iniciativas solidárias para ajudar o ator.

Atualmente está livre de perigo, mas continua a ser acompanhado na Casa do Artista. «A doença não agravou», segundo diz.

 

José Raposo emocionado

António Cordeiro celebrou 61 anos, esta segunda-feira, 18 de maio, na Casa do Artista, ao lado da mulher, Helena Almeida. As imagens do aniversário, tiradas pelo ator António Évora, foram partilhadas por vários meios de comunicação social. O aspeto físico e debilitado do ator impressionou Portugal.

«O meu colega de profissão e de quarto, António Cordeiro, faz hoje aniversário. Parabéns, António, e que a Ciência descubra rapidamente cura para a tua doença!», escreveu Évora na legenda das imagens.

José Raposo tem sido um dos artistas mais presentes na vida de António Cordeiro. O ator recorreu mais uma vez às redes sociais para falar do grande amigo.

«Dois Antónios partilham um quarto na Casa do Artista. Sou amigo dos dois. Eles são amigos. São atores. São o ANTÓNIO ÉVORA e o ANTÓNIO CORDEIRO. O António Cordeiro na 2.ª fez anos, e na Casa do Artista festejou-se o acontecimento entre as assistentes, o António Évora e a Lena, esposa do Cordeiro. A foto foi tirada pelo Évora, que me ligou feliz quando o António deu entrada na Casa do Artista –‘sabes que o Cordeiro vem para a Casa? E imagina onde fica – no meu quarto! Estou feliz por poder cuidar de um amigo que necessita de apoio!’», escreveu.

«O António Cordeiro sofre de uma doença rara que o tornou completamente dependente de outros (a Lena, seu amor de sempre, que o diga…). A isto chama-se amizade. A isto chama-se ser-se um bom ser humano. Porque gosto de ambos, estou feliz!», escreveu José Raposo no Instagram.

 

A queda que o levou à Casa do Artista

Depois de sofrerem um acidente em casa e de ter visto António Cordeiro quase sufocar por duas vezes, a mulher de António Cordeiro, que precisava de recuperar, decidiu interná-lo temporariamente, em março, na Casa do Artista.

Mas a estadia, que era temporária, teve de ser prolongada devido à pandemia Covid-19 que assola o mundo. «Foi das decisões mais difíceis da minha vida», confessou na altura, em exclusivo à TV 7 Dias, Helena Almeida.

A mesma relata o estado de saúde atual do ator, garantindo que neste momento António Cordeiro já não anda nem fala, mas está «completamente lúcido».

Mais tarde, numa entrevista a Fátima Lopes, Helena Almeida revelou que o ator «sempre foi acelerado» e começou a ter um discurso impercetível. «Fazia da frase uma palavra», começa por dizer. Os amigos também começaram a reparar que algo se passava. À mulher, o ator dizia que se eles não o percebiam, «problema deles».Do discurso apressado, chegaram as «oscilações» de humor. «Tanto estava bem, como estava mal. Tanto estava chateado, como já não estava».

Helena começou a falar com alguns amigos médicos e uma psicóloga revelou que poderia tratar-se de uma depressão. Foi medicado e «melhorou um bocadinho». Fátima Lopes quis saber o que ela achava: «Eu nunca pensei que fosse depressão. Pensei que fosse um AVC. Que tivesse tido, sem se aperceber, e que aquelas fossem as sequelas.»

 

Os primeiros sinais da doença e a fase da negação

Mas os problemas continuaram. Desta vez, António Cordeiro, que sempre conduziu bem, «varria da estrada para o passeio e do passeio para o meio da estrada». «Ele sempre conduziu muito bem. Até lhe dizia que, se algum dia ficasse sem trabalho, podia ser taxista», revela.

«Isto foi há quatro anos. Eu não tinha a carta de condução e tinha de puxar o volante para a direita. Ele desviava-se para a esquerda». Perante a situação, o ator dizia apenas que a mão lhe «falhou». António Cordeiro, que se encontra intelectualmente «perfeito», não queria aceitar o problema. «Encontrava-se em negação, e percebe-se», comenta Fátima Lopes.

Pelo meio, Helena recorda uma história emocionante. «Uma vez fomos ao Teatro Aberto… ele trabalhou muito no Teatro Aberto… o João Lourenço fez um peça em que o dinheiro revertia para o António», começa por dizer. Ao saírem do carro, com o ator já ligeiramente debilitado, a mulher foi ajudá-lo, quando este parou. «Está difícil arrancar?», perguntou-lhe. «Não. Estou a olhar para o prédio. Nunca mais vou trabalhar nesta casa. Nem nesta nem em mais nenhuma», respondeu o marido, que lhe disse, uns dias antes: «Tenho muita pena pela situação que estou a passar. Mas tenho a maior pena do mundo por nunca mais voltar a trabalhar!»

 

Tratamento começou pela psiquiatria devido ao diagnóstico errado

De volta à conversa do diagnóstico, Helena revelou que Zara, uma cirurgiã amiga do casal, convidou António para ir tomar café com ela ao Hospital do Barreiro. Ele foi. «Já que aqui estás, para despiste, não queres fazer uma TAC?», perguntou a médica. «Nada», comenta a mulher, em relação ao resultado.

Passou a ser seguido em psiquiatria. «Ele perguntava-me o que ia para lá fazer». Porém, foi daí que fez outros exames: punções lombares, entre outros. «Tudo dá negativo», diz. «A ressonância magnética dá um resultado. Nós vamos a um neurologista que olha para aquilo e diz:‘Ou é muito grave, ou não é nada. Mas eu não sei o que é! Não conheço’. É aí que a psicóloga nossa amiga, a Fátima, diz: ‘Eu conheço a cunhada de um professor, das doenças do movimento e de Parkinson, que é ótimo», conta.

Helena ligou, mas só havia disponibilidade para marcar consulta seis meses mais tarde. A amiga conseguiu falar com a cunhada do médico e António Cordeiro acabou por ser logo atendido. O casal foi lá a primeira vez, o médico medicou o ator, que «melhora ligeiramente», e pediu uma outra ressonância magnética mais específica e urgente. «Quando lá voltámos com o resultado ele abre e diz: ‘Não tenho boas notícias para vos dar’. Eu sabia que tumores não tinha, ele tinha feito todos os despistes. ‘Então é assim, o António tem uma doença degenerativa, chamada paralisia supranuclear progressiva’. Eu disse ‘Professor, desculpe. Quando viemos cá a primeira vez, o doutor sabia o que o António tinha?’ Ele respondeu: ‘Sim, bastava tê-lo visto a andar!’»

«Ele está preso no próprio corpo. É físico», conta ainda.

Em relação ao trabalho: «O António fez a última novela, mas toda a gente notou que havia ali um problema. Viam que o discurso dele não era fluente. Ele as falas sabia todas, o problema era mandá-las cá para fora. Ele acabou a novela e acabou o trabalho. Fizeram questão que ele continuasse a novela até ao fim. Cortaram cenas, como é óbvio, mas não o tiraram da novela.».

 

«Ele levantava-se 15 vezes e caía 15 vezes»

«Quem era este homem em casa?», pergunta a apresentadora.

«Chato, ele não aceitava a doença. Eu dizia para ele não se levantar porque ia cair, ele levantava-se e caía. Ele levantava-se 15 vezes e caía 15 vezes. Eu levantava-o. Sempre o levantei, sozinha. Ele já não é muito autónomo, continua a querer ser. Eu saía para fazer qualquer coisa. Ele apanhava-me fora e ele saía também. Depois alguém apanhava-o caído na rua e vinham trazer-mo a casa. Isto era a minha realidade. E toda a gente me culpava: ‘Porque é que deixas o António sair?’ Eu disse: ‘Ok. Tenho de o fechar à chave em casa. Ele quer sair, seja para o que for. Era ele a mostrar que era capaz», responde, com os olhos a brilhar.

«O António vai à casa de banho e eu tenho de lá estar. Tenho de estar sempre ao lado dele, exceto quando está deitado. O António não está acamado. Está de pé, anda», continua.

O casal viveu momentos muito difíceis a nível financeiro, porém recebeu muita ajuda de amigos e fãs do ator. «As ações de solidariedade vieram todas ter connosco. Agradeço do fundo do coração!»

Texto: Ivan Silva e Filipa Rosa; Fotos: D.R.

 

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