António Costa exalta-se no último dia de campanha: «foi um ataque à minha honra»

António Costa perdeu a compostura e, numa conversa com um idoso, exaltou-se. O episódio aconteceu esta sexta-feira à tarde, numa acção de campanha em Lisboa.

04 Out 2019 | 17:21
-A +A

O último dia de campanha para as legislativas está a ser marcado por um episódio de exaltação protagonizado pelo primeiro-ministro e cabeça-de-lista do PS. O diálogo tenso que acabou com António Costa a ter de ser agarrado teve como tema os incêndios de Pedrógão Grande, em 2017.

António Costa foi abordado por um popular que, exaltado, diz: «O senhor quando foi dos incêndios lá de cima de Pedrógão Grande estava nas suas merecidas férias». O primeiro-ministro responde: «não estava, não. É mentira, é mentira, é mentira isso. Não interrompi nada. Não. Não, eu dia 18 de julho estava lá. Isso é mentira, é mentira isso que o senhor está a dizer». A tensão neste confronto verbal foi tal que António Costa teve de ser agarrado pelos seguranças.

Minutos depois, em declarações à CMTV, o primeiro-ministro explicou as circunstâncias da sua reação e afirmou que o idoso que o confronto estava ali para o «provocar repetindo uma mentira que tem sido muitas vezes repetida referindo a situação trágica que atingiu o país e que é repugnante que alguém utilize como campanhas para atacar».

Veja o vídeo

O primeiro-ministro relatou ainda as circunstâncias do tema da conversa acesa. «Eu no dia 17 de junho 2017 estava cá, no dia 18 de junho de manha estava na Câmara Municipal de Pedrógão a reunir-me com todos os Presidentes de Câmara menos o de Castanheira de Pêra, que estava sem contacto telefónico e por isso não podia ser contactado», recorda Costa. «Eu próprio fui para Castanheira de Pêra à procura do sr. Presidente da Câmara e para lhe deixar um telefone no gabinete para voltar a ter contacto. Eu estava cá e estive no meu lugar e nas minha funções», diz.

Esta imagem do Instagram oficial do primeiro-ministro, postada a 18 de junho, comprova as declarações de António Costa.

António Costa apontou ainda baterias à oposição e insinua que este episódio foi planeado. «É vergonhoso como a Direita recorre a golpes tão baixos como aquele a que assistimos agora. Marca seguramente, negativamente, quem plantou aquele senhor para esta provocação e repetir este insulto que tem corrido nas fake news em que o PSD e o CDS se tornaram especialistas. Há limites para tudo e mesmo uma pessoa calma e serena, há momentos em que gosta de reagir porque há limites para tudo», terminou.

Minutos depois, à TVI24, o primeiro-ministro disse que o episódio foi um «ataque» à sua honra. «Aquilo não foi um momento de tensão, foi uma ação provocada sobre um tema que, para mim, é muito sensível. O país viveu uma enorme tragédia em 17 de junho de 2017. Eu não esqueço essa tragédia nem nunca esquecerei», recorda.

«É lamentável que alguém utilize uma tragédia daquela dimensão para insistir e persistir numa mentira. É absolutamente falso que eu estivesse fora do país. Eu estava em funções no dia 17 de junho. No dia 18, de manhã, como toda a gente pôde testemunhar, estava na Câmara Municipal de Pedrógão, não só a ver o que era necessário fazer para extinguir o incêndio, mas sobretudo para responder às necessidades das famílias e iniciar o processo de reconstrução daqueles territórios», continua Costa.

«É uma mentira que a direita repetidamente tem vindo a lançar. Nunca o faz dando a cara e agora pôs um senhor a fazer essa provocação. É lamentável que a campanha tenha descido a este nível. Se eu deveria ter reagido mais calmamente? Seguramente que sim, mas não é por ser político que deixo de ser uma pessoa de carne e osso. Foi um ataque à minha honra e eu não admito ataques à minha honra», conclui o candidato às legislativas pelo PS.

 

 

Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais | Fotos: reprodução CMTV

 

PUB