Virgílio Castelo, de 69 anos, está de regresso à ficção da SIC depois de “A Serra”. Agora, é na pele no reformado Almeno que o ator vai poder ser visto na próxima novela do canal de Paço de Arcos, “Sangue Oculto”. “É um ex-professor do ensino básico que toda a vida foi surfista e que tem um bar com o sobrinho Tiago na Costa da Caparica”, explica, referindo-se à personagem de João Catarré, de quem Almeno e a irmã, Sílvia (Anabela Moreira), cuidam após a morte dos pais deste.
Porque o papel assim o exigia, Virgílio Castelo teve de aprender a fazer surf. “Foi uma descoberta. Nunca fui muito de desportos, tirando andar a cavalo e esgrima. Aquilo não é fácil, nem evidente para quem nunca fez, que é o meu caso. Tem técnicas. E, sobretudo para tentar fazer de uma maneira em que o telespectador acredite que se sabe mesmo surfar, tem de se ser minimamente coerente”, diz, adiantando que ficou fascinado com o desporto: “Descobri que o mar tem uma espécie de magia, de que todos os surfistas falam. Quando se está ali, parece que a energia se renova de uma maneira em que, se tivesse de ficar dez horas seguidas, ficaria. Há qualquer coisa ali que é muito mais apelativo do que o que eu estava à espera. Percebo que haja cada vez mais miúdos a fazer surf e que, os que vão, fiquem e adorem fazer aquilo. É, de facto, uma coisa muito misteriosa”. E o ator não descarta também ele ficar ligado a este desporto: “Acho que sim… Mas não prometo que faça com regularidade.”
Virgílio Castelo teve “um mês” para aprender os conceitos básicos do surf. “Para mim, o mais difícil é a questão de levantar da prancha. No meu caso, dada a avançada idade, há alguma dificuldade na mobilidade. Portanto, a ideia de levantar com aquela agilidade de quem tem 30 anos não foi evidente”, admite, recusando dizer se vai usar duplos nas cenas em que a sua personagem entra no mar. “O que faço em relação a todas as personagens é tentar tornar aquilo credível para o público. Depois, a maneira como a coisa se faz, fica segredo”, refere.
Virgílio Castelo: “Convidam-me sempre para fazer poderosos de gravata”
Com um visual descontraído, Almeno vai permitir que o público conheça uma faceta do ator pouco explorada no pequeno ecrã. “É uma personagem com uma leveza que fiz muito pouco em televisão. Convidam-me sempre para fazer os poderosos de gravata e esta personagem é leve, o que me dá um gozo enorme de fazer, porque fiz muita comédia em teatro, mas pouca em televisão”, recorda, sublinhando: “O Almeno é um tipo que me está a proporcionar viver numa boa-disposição permanente.”
A par de “Sangue Oculto”, Virgílio Castelo vai continuar em digressão com a peça “O Homem da Amália” por todo o ano de 2023. Antes, protagonizará com Manuela Couto a comédia musical “Música no Coração”, que contará com apenas quatro representações: duas no Super Bock Arena, no Porto, e outras tantas no Altice Arena, em Lisboa.
