O último BB à Primeira Vista: As surpresas na final… e a surpreendente jogada da TVI

Na derradeira edição da crónica BB à Primeira Vista, Liliana Oliveira analisa a final do reality show da TVI e comenta a troca de Cláudio Ramos por Teresa Guilherme na apresentação da próxima edição.

05 Ago 2020 | 19:30
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Olá a todos! Cá estou eu para última crónica dedicada ao Big Brother 2020. A poeira já assentou e os ânimos já acalmaram. Altura ideal, portanto, para um balanço do resultado da votação que determinou Soraia como a vencedora da edição celebrativa dos 20 anos do Big Brother em Portugal.

A vitória da jovem do Seixal é sinal de que os portugueses estão mais sensíveis e acabam por querer neste tipo de programas mais pessoas reais do que as chamadas personagens. O público foi muito pelo bom senso e a verdade é que a Soraia é aquilo que mostrou desde o primeiro dia na casa mais vigiada do País. Não alterou em nada a sua postura, comportamento ou maneira de agir. Foi fiel a ela própria e às suas convicções. Soube discutir diplomaticamente, sem gritos, sem show, sem nada disso. Foi leal a ela própria, aos valores e aos princípios dela. E isso valeu-lhe o cheque de 50 mil euros.

Do primeiro para o segundo lugar distaram apenas 3 pontos percentuais de votos. Foi uma votação muito renhida. Três por cento não é nada! Acreditava que a Soraia e o Diogo ficassem muito próximos, mas não tão próximos. Nunca na vida imaginei que terminassem separados por uma percentagem tão irrisória.

O segundo lugar é merecido ao Diogo e sê-lo-ia igualmente merecido se fosse ao contrário. Tinham de ser eles a disputar a vitória. Só assim fazia sentido. Pelo percurso que tiveram ao longo do programa, pelo que sempre mostraram ser… O Diogo, por exemplo, mostrou que não estava ali para discutir com quem quer que fosse e que não estava ali para ‘dar canal’ pelo lado negativo. Estava, sim, para se encontrar a ele próprio. Falou muito sobre a sua causa, a saúde mental, deu as suas opiniões e foi sempre assertivo quando tinha de o ser, sem nunca ter saído do salto, como se costuma dizer.

O Diogo mostrou que podemos não concordar sobre um determinado tema, termos pontos de vista diferentes sobre o mesmo e não sermos maus com os outros. Marcou muito a posição e a personalidade dele. Disse que não iria fazer uma coisa de que não gostasse só porque sim. Tal como a Soraia. Foi fiel a ele próprio e marcou, por isso mesmo, pela diferença.

 

A surpresa total dos lugares atribuídos às restantes finalistas

 

Sou-vos sincera: fiquei surpreendida com a posição das restantes finalistas. No meu ponto de vista, enquanto telespectadora do Big Brother 2020, penso que o sexto lugar devesse ter sido atribuído à Iury, o quinto à Sandrina, o quarto à Noélia e o terceiro à Ana Catharina. Mas não foi isso que aconteceu, até porque, como diz a Noélia, os portugueses é que decidem. E assim foi.

Sobre a algarvia, diga-se o que se disser, para o bom e para o mau, a verdade é que o terceiro lugar lhe é merecido. A Noélia foi a concorrente que mais vezes foi nomeada num reality show em Portugal! Por isso, é-lhe mais do que bem atribuído o fecho do pódio.

O que nunca na vida imaginei foi que a Ana Catharina ficasse em quinto lugar, o que veio a acontecer. Aliás, também pelo facto de o pai dela ter falecido, ponderei que fosse ter uma percentagem superior àquela que efetivamente teve e que até disputasse um dos lugares cimeiros. Foi a minha maior surpresa.

E, com isto, a Iury passou à frente da Ana Catharina, o que não faz sentido algum! Foi uma surpresa total e um desgosto. A miss perdeu-se muito no jogo. Parece ser uma boa miúda, sabe falar e tem a cabeça no sítio em relação aos temas que mais foram abordados naquela casa, mas, quando está enamorada por alguém, no caso o Daniel Monteiro, acaba por se deixar levar na onda para não criar atritos. A Iury já percebeu o temperamento do namorado e perdeu-se um pouco no jogo. Acabou por ser o Daniel Monteiro a ditar a maneira dela de se comportar e isso fez com que ela não mostrasse tanto dela, como aconteceu enquanto ele esteve fora do jogo.

A Sandrina não foi além do sexto lugar, o que acabou por não me surpreender. Acho que a alentejana se fez valer um pouco do facto de ter o apoio do Ricardo Quaresma, de ser muito querida e de ser muito brincalhona. Mas… Se dizemos que a Noélia era a coscuvilheira de serviço, a Sandrina idem aspas! Ouvia aqui, ia picar ali… Com a Sónia, então, foi o descalabro total. Depois, dizia: ‘Ah, sou uma menina… Ninguém me liga…’ Ela quis puxar as atenções para ela, mas fê-lo de forma errada. Utilizou o facto de ser a mais nova para o público não levar a mal as coisas que ela dizia.

 

A troca que surpreendeu tudo e todos

 

Surpreendentemente, dois dias depois da final do Big Brother 2020, a TVI anunciou que a próxima edição do reality show seria apresentada pela Teresa Guilherme e não pelo Cláudio Ramos. Para mim, o Cláudio foi um exemplo de coragem, determinação e humanismo. Apresentar o Big Brother era, de facto, um sonho dele e, ao concretizá-lo, fez uma coisa completamente fora da zona de conforto dele. Mesmo correndo o risco de errar, fê-lo. Está de parabéns!

Quanto à Teresa, o que posso dizer é que os concorrentes do Big Brother – A Revolução não terão a liberdade que estes tiveram com o Cláudio. Porquê? Porque a Teresa é uma mulher que sabe pôr logo as coisas no sítio à primeira. Não há o ‘tu cá, tu lá’. Sabe manter o limite e marcar a diferença.

E a Teresa Guilherme é a Teresa Guilherme. Quer queiramos, quer não, a Teresa sabe fazer reality shows e sabe, no bom sentido, criar a discórdia na casa. Vamos ter um Big Brother com uma apresentadora extremamente impactante, o que faltou ao Cláudio. Nesta apresentação, ele foi muito fresco. Faltou-lhe a experiência.

Mas, reparem, também não foi fácil! Estávamos em pleno estado de emergência nacional provocado pela pandemia quando o programa arrancou, não havia ninguém em estúdio… Era tudo muito frio! Deixou-nos de coração apertado, porque o Cláudio queria fazer bem e bem feito mas acabou por estar limitado.

Não o podemos condenar pelos momentos menos bons que teve. Muito menos compará-lo à Teresa. São apresentadores diferentes e com tempos diferentes, ainda que ambos saibam marcar pela sua postura. A Teresa porque já tem anos de reality shows e sabe muito bem os ‘timings’ para dizer o que seja e para se impôr. O Cláudio porque, apesar de fresco, deu o corpo às balas e esteve lá para tudo, assumindo todas as responsabilidades. Tiro-lhe o chapéu! Num momento particularmente difícil, ele esteve à altura.

 

A terminar… Quero agradecer a todos. Por terem acompanhado as crónicas semanais do BB à Primeira Vista. Por não terem perdido nada deste Big Brother 2020, que foi, de facto, um marco num ano tão difícil. E por terem estado atentos à TV 7 Dias, que nunca descurou de ter notícias frescas e em tempo útil.

Esperem por novidades, porque o Big Brother – A Revolução vai decerto trazer surpresas… inesquecíveis.

 

Até breve! Já com o próximo Big Brother em vista…

 

Crónica: Liliana Oliveira; Fotografias: Arquivo Impala, reprodução redes sociais e TVI
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