ASSÉDIO SEXUAL: Blaya lança HINO que DÁ VOZ a todas as mulheres

Blaya Rodrigues partilhou um rap com uma mensagem interventiva, que fala por todas as mulheres vítimas de assédio sexual.

25 Set 2018 | 16:49
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Blaya Rodrigues é conhecida por não ter papas na língua e defender o sexo feminino. A cantora utilizou as redes sociais para partilhar esta terça-feira, dia 25 de setembro, um vídeo onde canta, em forma de rap, uma música com uma mensagem muito forte.

O tema central da letra é o assédio sexual, um crime que ainda afeta muitas mulheres.

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Com a pequena filha Aura ao colo, Blaya rimou e ‘falou’ pelas vítimas deste crime que, muitas vezes, permanecem caladas, acabando por se culpabilizar a elas próprias.

«Eu visto o que eu quiser/  Até posso ter decote/ Isso não te da direito de mexer no meu pacote.
Não é não e tu sabes quando é não vais respeitar/ Só não venhas com conversas de que eu estava a precisar. 
Ele me toca, provoca, não me solta, me agarra forte/ Tapa a boca, me joga no chão e eu só penso em Morte 
Já sem força desisto, mas resisto aquele porte/ Fico tonta sem noção, dou por mim perdi o norte 
Mas quem sou eu? Me pergunto/ O que fiz para merecer 
Já estou sem alma, sem mundo / Ninguém me vai compreender 
Mas com decote, sem decote, mini saia ou calça justa/ A culpa é dele, sim, só falta uma decisão justa». 

«Obrigada por seres a nossa voz»

Este pequeno improviso foi muito elogiado pelos seguidores da cantora. Blaya recebeu rasgados elogios pelo seu poder interventivo, especialmente por parte de mulheres.

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«Precisamos de mais mulheres como tu! Que dão a voz e a cara para mostrar a realidade e a verdade dos factos». «Obrigada por seres a nossa voz. És a rainha, continua com o teu ótimo sucesso e a mostrar o poder da mulher em todas as circunstâncias» ou «Até me arrepiei» são alguns dos exemplos.

O polémico caso de violação no Porto

Esta música surge um dia depois do Conselho Superior de Magistratura decidir não abrir inquérito a juízes que desvalorizaram a violação de uma rapariga por parte de dois funcionários de uma discoteca em Gaia. O caso ocorreu em 2016 e foi agora a julgamento.

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«A culpa dos arguidos [embora nesta sede a culpa já não seja chamada ao caso] situa-se na mediania, ao fim de uma noite com muita bebida alcoólica, ambiente de sedução mútua, ocasionalidade (não premeditação), na prática dos factos. A ilicitude não é elevada. Não há danos físicos [ou são diminutos] nem violência [o abuso da inconsciência faz parte do tipo].», pode ler-se no Acórdão da Relação do Porto.

Fotografias: DR e Arquivo Impala

 

 

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