Ator das novelas da SIC revela que ADOTOU CRIANÇA: «foi a melhor decisão da minha vida»

Rui Luís Brás revela como, em 2016, decidiu adotar uma criança. O ator de 51 anos, que está na novela da SIC Vidas Opostas, conta ainda que, em 2007, teve um princípio de AVC.

16 Mar 2019 | 18:15
-A +A

A poucos dias do Dia do Pai, que se comemora no próximo dia 19, terça-feira, Rui Luís Brás, de 51 anos, falou sobre a forte ligação que tem com o filho que adotou há três anos.

O ator da novela da SIC Vidas Opostas assumiu no Alta Definição deste sábado, 16 de março, que o mais importante papel da sua vida é precisamente o de pai. «Fui sempre adiando, para ter as condições certas. Para quê mais um no planeta só porque carrega o mesmo ADN do que eu? Temos biliões de seres humanos a mais, porque não salvar alguém? Levei a minha vida inteira a pensar: ‘Quando é que tenho coragem de dar o passo?’ Pai é o que cria», explicou.

O artista confessa que teve «muito medo deste passo» [o de adotar]. «O facto de ir para a frente, acho que foi o relógio biológico a falar. Fui à associação sem compromisso». E explica como foi a visita ao local onde viria a conhecer o filho.

 

Veja mais: Manuel Luís Goucha comenta possível adoção de criança

 

«Deixei as pessoas saírem, fiquei para último. Não saí dali sem a papelada ficar toda tratada. Na segunda-feira seguinte estava tudo resolvido. Depois foram 6 meses de pesquisa sobre a nossa vida. Registo criminal, o que nos levou a adotar. Foi a melhor decisão da minha vida», continua Rui Luís Brás.

O processo de adoção acabaria por se concretizar em 2016. Na altura, o menino tinha 12 anos. Rui não tem dúvidas: «O meu filho é um bebé grande. Necessitou de chorar e horas de colo. Vi-o em sofrimento muitas vezes. Tinha medo que isto não resultasse. As primeiras noites foram muito complicadas. Os pesadelos. O pânico de que isto não fosse definitivo…», recorda, explicando ainda que receou não conseguir amar o filho mas que, ao fim de «3 ou 4 semanas, tudo passou». «Ele depois era realmente meu».

O dia em que conheceu pessoalmente o filho

 

4 de janeiro de 2016. Este dia ficará para sempre gravado na memória do Rui Luís Brás. «E se ele fugir? Ou eu? Estava tão nervoso», confessa. «Ele chega e diz: ‘Olá papá!’» Passado uns tempos o menino disse ao ator: «Tu estavas no meu destino, papá!»

Rui Luís Brás assegura que se a sua «vida teve alguma finalidade, foi esta». «Quero dar-lhe tudo o que ele não teve. Sou o melhor amigo dele, mas antes sou o pai. Ele está feliz. Tem mazelas que nunca vou curar, mas ele já é uma pessoa otimista», afiança.

Quando questionado, Brás revela que a frase mais bonita que o filho lhe disse foi: «Tu és o amor da minha vida, papá!»

 

O princípio de AVC

 

Em 2007, a vida do ator mudou completamente, quando teve um principio de AVC. «Estávamos a gravar de noite. Fui para casa às 2 da manhã. Não conseguia dormir, fiquei no sofá a ver televisão. Às 4 da manhã comecei a sentir como se me estivessem a bater com um jornal ou uma folha enrolada na cabeça, e uma sensação de água morna a escorrer-me. A minha mão começou a mexer sozinha. Tive tempo de ir à casa de banho de hóspedes. Pensava que era uma quebra de tensão, tinha os lábios completamente roxos. Deixei de ver e fui a cambalear buscar um pacotinho de açúcar. Foi quando cai para o chão», relata.

«Lembro-me de pensar que tinha morrido e que não era justo para os meus pais. Acordei as 9 da manhã, gelado, no chão da cozinha. Como vivo no meio do nada, não conseguia chamar o INEM, não tinha forças para isso. Fui-me deitar. Totó por completo», continua.

 

Recorde: José Alberto de Carvalho com indícios de AVC? O jornalista esclarece

 

Só passado algumas semanas é que o ator se apercebeu do que tivera naquela noite, uma vez que trocava as palavras nos textos. «Em vez de ‘casaco azul’, dizia ‘o gás está aceso’. Desatei a chorar. Foi quando associei tudo e percebi o que aconteceu. Fui fazer várias TAC e eletrocardiogramas», recorda.

Perante tal situação, Daniel questiona: «A noção de finitude abala?»

«Abala. Essencialmente depois de ter sido pai, antes não pensava nisso. Ele precisa de mim, eu tenho que durar», responde, seguro de si.

 

Texto: Redação WIN/Conteúdos Digitais; Fotos: Arquivo Impala
PUB