Betty Faria, a grande dama da representação brasileira, que em 1989 conquistou os portugueses com a personagem Tieta, na novela com o mesmo nome, esteve recentemente em Portugal para a apresentação da série, Codex 632, onde dá vida a Luísa Toscano. À TV 7 Dias, Betty Faria afirma que este foi um dos papéis mais desafiadores da sua vida. “Gostei muito do meu personagem. Ela no meio da confusão toda, está com começo de Alzheimer e fez-me entrar nesse universo doloroso, ela tem a consciência que está doente e é muito doloroso, passa por situações muito delicadas”, explia a atriz, de 82 anos, sublinhando, com um sorriso estampado no rosto, como gosta de trabalhar no nosso país. “Adoro vir para Portugal. Sou sempre muito bem-vinda, tenho cá muitos amigos”.
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“Acho que é o trabalho mais difícil que fiz na minha vida”
Com uma carreira de mais de 61 anos, Betty Faria afirma estar numa altura em que se permite “escolher” as propostas que lhe são apresentadas, até porque, diz que “o importante é aproveitar um pouco a vida”. Com diversos projetos em cima da mesa, a artista fala com carinho de um que realizou recentemente, também em solo luso. “Saí daqui em abril, quando terminei o filme Justa, fiquei mais uma semana para relaxar, porque eu estava muito cansada. Isto foi em abril e já estamos em setembro, já estava com muitas saudades de Portugal”, frisa, acrescentando: “Em Justa, interpretei um personagem mais forte agora no filme da Teresa Villaverde. Gravei nas aldeias da Serra da Estrela, saí do Rio de Janeiro com 40 graus e vim para zero graus na Serra da Estrela, onde gravei dois meses. Acho que é o trabalho mais difícil que fiz na minha vida porque pude ter contactado com a tragédia que aconteceu aqui com as queimadas, filmei nesses lugares e foi tudo muito forte”.
Texto: Telma Santos (telma.santos@impala.pt); Fotos: Nuno Moreira
