Repórter de Você na TV investigado pelo Ministério Público. Saiba tudo!

Bruno Caetano já estava a ser investigado pelo Ministério Público. Em causa não está apenas a entrevista a Mário Machado, na rubrica Diga de Sua Justiça da TVI,

09 Jan 2019 | 16:30
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Manuel Luís Goucha confirmou sexta-feira, 4 de janeiro, o fim do segmento do Você na TV, Crónica Criminal. Este formato, da responsabilidade do jornalista Bruno Caetano, tem gerado uma polémica sem precedentes, após a entrevista a Mário Machado, líder de extrema direita.

«O Mário Machado vem num convite expresso do autor da rubrica [Bruno Caetano] e aqui também nos põe a pensar em termos de equipa e é bom dizer aqui que a direção de programas decidiu justamente suspender a rubrica por quebra de confiança. E também nos leva a pensar que temos de estar cada vez mais atentos a quem convida quem», começou por dizer Manuel Luís Goucha na rubrica de José Eduardo Moniz, Deus e o Diabo, no Jornal das 8.

O apresentador diz, no entanto, que conduziu a entrevista de forma imparcial. «Eu não me inibo de participar num debate televisivo, mesmo que existam ideias perigosas veiculadas por alguém. Acho que é assim que se combatem ideias perigosas em democracia».

«Não sejamos hipócritas. Estas ideias que põe em perigo a democracia já não precisam da televisão para singrarem».

 

Crimes de discriminação e incitamento ao ódio

 

O Ministério Público [MP] já se encontrava a investigar o repórter da TVI Bruno Caetano por alegadas práticas de crimes de discriminação e de incitamento ao ódio. Segundo o Jornal de Notícias [JN], o caso não está relacionado com o convite de Mário Machado para ir ao programa televisivo, mas sim com «dois episódios semelhantes em novembro de 2017».

O inquérito a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa foi desencadeado por um ‘post’ violento que Bruno Caetano divulgou no Facebook e por um direto na então rubrica ‘Crónica Criminal’. O inquérito ainda «não tem arguidos constituídos», de acordo com o JN.

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O diário apurou ainda junto da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial que os factos remontam à emissão de 2 de novembro de 2017. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social acabou por encaminhar o caso para o MP. Além disso, alertou a TVI para que evitasse estes comportamentos.

Bruno Caetano teria escrito um ‘post’ onde se queixava da violência desencadeada «claramente» por pessoas de determinada etnia. O repórter acabou por apagar depois a publicação, perante a reação dos seguidores.

No entanto, no direto na TVI, queixou-se de receber ameaças e insistiu que não era ‘xenófobo’. A linguagem utilizada pelo repórter da TVI foi considerada racista, ao associar a etnia das pessoas a atos de violência.

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