Cantora Maria de Vasconcelos escapa à morte e faz relato do “milagre”

Maria de Vasconcelos e a família passaram por um verdadeiro pesadelo e a cantora relatou o sucedido, que quase a vitimou, ao marido e às filhas.

21 Dez 2020 | 12:41
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Maria de Vasconcelos, conhecida pela interpretação de músicas infantis, sobretudo no Canal Panda, com “As Canções da Maria”, revelou nas redes sociais que a família escapou à morte por milagre devido a uma intoxicação de monóxido de carbono. A ex-animadora de rádio ainda hesitou contar o sucedido, mas espera que o seu relato possa “ajudar alguém”.

Nas redes sociais, Maria descreve o drama vivido por ela, o marido e as duas filhas.“Tínhamos uma caldeira há 17 anos, para aquecer a água e para o aquecimento central. Avariou e venderam-nos uma nova que foi instalada no final de outubro. No dia 4 de dezembro, deixou de funcionar e esteve desligada durante uma semana. Mandaram-nos um técnico na sexta-feira, dia 11, à tarde, que deixou a caldeira a trabalhar”, começou por contar.

“À noite, comecei com dores de cabeça, uma discreta tontura e taquicardia para pequenos esforços. Estranhei, não tenho nada disto, nunca, mas achei que estava muito cansada. No dia seguinte, os sintomas foram-se agravando, e eu sempre a pensar que estava cansada. Fui para a cama às 18h30, meia baralhada, a cabeça a explodir, o coração aos saltos e cheia de frio. Que esgotada andava eu!, pensava. Não sabia mas a Mathilde e a Manon [as suas filhas] deitaram-se às 19h, também convictas de que estavam a precisar de descansar. O Xavier [marido] ficou a ver uma série até às 22h30”, acrescentou no texto partilhado no Instagram.

 

Família de Maria de Vasconcelos socorrida por amigos

“Não morremos os quatro durante essa noite, porque a Manon não aguentou de dor de cabeça e desatou aos gritos às 4 e tal da manhã. Eu só consegui acordar ao fim de muitos gritos, sacudi o Xavier, que foi ver o que se passava. Caiu cinco vezes nas escadas e ficou no chão do quarto da Manon. Escavacou-se todo do lado esquerdo e fez uma lesão do joelho com muita dificuldade em andar. A Manon desceu aos trambolhões até ao chão do nosso quarto. Eu levantei-me, caí e já não saí do chão. Gritámos pela Mathilde que veio no mesmo estado e o Xavier lá conseguiu descer as escadas”, contou ainda.

Maria de Vasconcelos conseguiu agarrar no telefone, mas não sabia o que fazer. “Estava tão obnubilada que não me ocorria sequer a palavra ‘INEM’, e, se me perguntassem naquela altura qual era o número, não me lembrava. A dor de cabeça era insuportável, nem a conseguia mover, tinha formigueiros nos braços e pernas e dificuldade em segurar no telemóvel”. Nessa altura, a família estava toda no chão, em pranto. “Sabia que tinha uma chamada da véspera, não atendida de uma grande amiga nossa, a meio do ecrã e carreguei, meio ao calhas, e ela atendeu. E foi ela, a Mariana, quem ligou ao INEM”, refere.

A cantora, de 50 anos, assume que não sabe onde foi buscar forças para se arrastar até à varanda, abrir a porta e gritar para que eles abrissem tudo o que pudessem.”O Bartolomeu, marido da Mariana, veio a voar para cá, mas não sabíamos se conseguíamos abrir o portão. A Mathilde tentava, mas não percebia nada dos botões, e acabou por ir lá para fora com um comando, e cair depois de conseguir abrir. A Manon vomitava. O Bartolomeu entrou e abriu tudo. Diz que continua com pesadelos a ver-nos todos caídos. A Mariana falava vezes sem conta com o INEM e rezava”.

Depois de socorrida, a família foi transportada para o Hospital Militar. “Para uma câmara hiperbárica com oxigénio a uma pressão não sei quantas vezes superior ao normal inspirado, durante 1h40. Vimos um filme e saímos de lá como novos. Foi um MILAGRE. Foi um MILAGRE a Manon ter desatado aos gritos. Salvou-nos. Foi um MILAGRE a Mariana atender. Salvou-nos”, concluiu Maria de Vasconcelos, ao mesmo tempo que deixa um alerta: “O monóxido de carbono é inodoro. Estes acidentes são frequentes, muito frequentes, com caldeiras, esquentadores, lareiras, braseiros. São muitas vezes FATAIS. […] há detetores de monóxido de carbono, aos mais variados preços. Deviam ser obrigatórios. Em alguns países são. Queiram atender à sugestão: ponham um nas vossas casas.”

Texto: Carla S. Rodrigues; Fotos: Instagram
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