Carla Andrino brilha na novela da SIC mas garante: “Não abdico das consultas!”

Em “Sangue Oculto”, da SIC, Carla Andrino é Nana, uma dondoca falida com muito sentido de humor. Paralelamente com a representação, a atriz dá consultas de psicologia duas vezes por semana.

24 Out 2022 | 9:00
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Carla Andrino, 56 anos, iniciou a sua carreira como bailarina e coreógrafa, só depois como atriz e, posteriormente, como psicóloga. Mas é na representação que mais se destaca pelo mediatismo televisivo e pelo reconhecimento do público, principalmente no teatro de revista e em séries de humor. Depois de ter interpretado uma mulher sofrida na novela “A Serra”, Carla Andrino volta a vestir a pele de uma dondoca, um registo onde já fez muito sucesso em novelas anteriores com personagens como a Maria Manuela de Telles Britto, em “Doce Tentação”, na TVI, ou a Lu, em “A Outra”.

“Ela é uma milionária com a conta congelada, não tem o acesso ao dinheiro mas a Nana é muito bem-disposta e tem ideias geniais como ir viver para casa da amiga que é rica. Vai viver com todas as mordomias sem gastar um tostão. A Nana não se dedica muito tempo à tristeza, tem uma gargalhada muito sui generis e vive bem com a vida”, revela a atriz, acrescentando que o maior desafio foi descolar das outras personagens semelhantes que já interpretou. “Tentei não ficar colada à Manuela de Telles Brito. Na verdade já fiz várias dondocas. Tentei não ficar colada a nenhuma das anteriores. Ajuda imenso ter uma belíssima direção de atores, os ensaios que tivemos ajudaram imenso. Mas foi um processo. Não foi fácil cair em ir buscar coisas a personagens fortíssimas que fiz”, assume. Tal como outras personagens, a atriz gosta de colocar frases suas nos textos e esta novela não é exceção. “As frases icónicas delas são: olhe estou a rir-me para não chorar e estou a rir-me por causa dos nervos. Sou eu que invento. Deixo-me ir e às vezes saem-me coisas que os colegas começam-se a rir e até temos de cortar”, confessa.

Em “Sangue Oculto”, Nana faz de mãe de Maria (Júlia Palha). “É muito bom. Já nos conhecíamos. Agora a Nana a falar, a minha filha tem uma coisa que eu não gosto nada, ela gosta de trabalhar que é uma coisa péssima, não percebo, ela diz que precisa de dinheiro e eu não percebo isso porque temos amigos ricos. Foge-lhe ali um bocadinho o pé para o chinelo, tão bonita cheira a pobre às vezes”, revela, em tom de brincadeira.

Em simultâneo com a novela, continua a dar consultas de psicologia, uma das suas grandes paixões. “A gestão de tempo é das coisas que faço melhor na vida. Há um dia por semana que eu não gravo que a SIC respeita isso e dou nesse dia. E depois ao sábado. Os meus dias de consultório são às quintas e sábado. É absolutamente importante continuar a fazer as duas coisas. Eu sou atriz e psicóloga. Não abdico das consultas”, conclui.

Texto: Neuza Silva (neuza.silva@impala.pt); Fotos: redes sociais 
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