Afonso Leitão, de 23 anos, tem estado na mira das críticas, por ter, juntamente com outros colegas, atacado Diogo Alexandre numa cadeira quente. De imediato choveram ofensas nas redes sociais e houve quem, inclusive, o acusasse de ser neonazi por, no seu Instagram, ter a data 1143 exposta na biografia, levando as pessoas a associá-lo ao Grupo 1143, liderado por Mário Machado. Em entrevista exclusiva à TV 7 Dias, a mãe e o irmão comentam toda a polémica e abrem o jogo sobre o jovem.
Foi logo no arranque da Casa dos Segredos 8 que as pessoas encarregues de gerir as redes sociais de Afonso optaram por eliminar a referência ao ano de 1143, mas não foi suficientemente rápido e, de imediato, surgiram as teorias de que o jovem pertencia a um grupo extremista. “O meu irmão esteve sete meses destacado fora, sete meses em que a única coisa que ele vê é efetivamente uma bandeira. Ele está a representar uma bandeira. Ele está a lutar por valores superiores àquilo que efetivamente o criticam. O meu irmão vai pelas Nações Unidas, porque tem um ato de patriotismo para com a sua pátria, e é criticado. É completamente surreal”, refere Diogo Leitão, que esclarece que o facto de terem apagado a referida menção do Instagram foi “um ato protecionista. Não queremos que sejam associadas coisas erradas a ele”.
Já a mãe, Rita, acrescenta que “1143 para os militares tem um significado completamente diferente daquilo que as pessoas estão a tentar atribuir. Faz parte da história de Portugal e é uma data patriótica para os militares. O Afonso, como todos os militares que vão para fora, levam uma pátria, levam uma bandeira, levam um país, não levam mais nada. E é a isto que eles se agarram, até porque é para isto que eles são instruídos durante o tempo em que estão na tropa. Isto são símbolos que têm muito significado para eles”.
Diogo vai mais longe e critica também a postura dos comentadores. “Estes comentadores juntam-se para criticar o meu irmão. Acho isso completamente desnecessário. Eles dizem que foi feito um ataque ao Diogo Alexandre, se eu concordo ou não é outra coisa. Agora, acho que as coisas têm de ser ditas e aquilo que eles estão a criticar que o meu irmão fez é o que estão todos a fazer, precisamente.”
Foi com 20 anos que Afonso Leitão foi destacado numa missão para a República Centro-Africana. Da experiência, pouco partilhou com a sua família, mas o irmão recorda alguns dos momentos mais marcantes. “Acordava ao som de tiros e ficou impressionado com a pobreza que existia. Eles não são só soldaditos armados e tontinhos que vão para o meio da guerra, eles vão com uma missão humanitária. E a forma como ele viu as coisas, no sentido de, por exemplo, os meninos pequeninos, tão carentes de água, o agradecimento apenas por uma garrafa de água, foi algo que o comoveu bastante. Ele teve a oportunidade de me ligar e falámos um bocadinho sobre isso, que foi algo que mexeu bastante com ele, muito derivado ao facto de ter irmãos mais novos também”, conta Diogo, que garante estar aliviado por o irmão ter desistido dos paraquedistas, pois vê-lo a ir para a guerra foi algo que o deixou bastante preocupado, sentimento este também partilhado pela mãe, que viveu este período “com o coração nas mãos”.
Textos: Carla Ventura (carla.ventura@impala.pt); Fotos: Divulgação TVI, Reprodução Instagram