Foi há cerca de dois anos que Jéssica Vieira sofreu um aborto espontâneo, um momento que ficou marcado para sempre na sua vida e do qual ainda não se recompôs. “Foi realmente uma situação muito triste, pela qual ninguém merece passar, mas, pronto, infelizmente aconteceu-lhe. Fez dela mais mulher. Mas é um sofrimento para a vida toda dela, como é óbvio”, começa por dizer a mãe. Na altura, a concorrente da Casa dos Segredos 8 vivia com o namorado e a gravidez não foi planeada. Contudo, a partir do momento em que souberam da notícia, o bebé passou a ser desejado por ambos. “Não foi um aborto que ela fez. Tenho lido muito isso na Internet e tenho-me revoltado. Mas não, não foi ela que interrompeu a gravidez. Infelizmente, Deus não quis que ela o tivesse e Deus sabe aquilo que faz. Na altura, não era nada planeado, mas, quando soube, foi uma felicidade muito grande. E, pronto, infelizmente Deus não quis”, prossegue Patrícia Sousa à TV 7 Dias.
Este é um assunto que, para a filha, é ainda muito doloroso, mas também a sua progenitora continua em sofrimento com tudo o que se passou. “Também me custa muito falar, porque um dos meus maiores sonhos é ser avó e quando eu recebi a notícia, apesar de ter seis filhos, eu já sei o que é ser mãe biológica, já sei o que é ser mãe adotiva, agora queria muito ser avó. É um dos meus maiores sonhos e foi uma coisa que nos traumatizou a todos. É um assunto que me custa muito falar ainda”, admite, afirmando ainda que, quando a viu a chorar dentro da casa mais vigiada do País, após ter partilhado esta parte da sua vida com a Voz, Patrícia só queria entrar pela mansão adentro. “Só me apetecia ir lá dentro e dar-lhe um abracinho. Foi um assunto que magoou muito, que nos faz sofrer ainda hoje. O que lhe posso dizer é que ela não interrompeu a gravidez. Infelizmente, Deus não quis e as coisas aconteceram assim. Vamos ver o que o futuro lhe reserva. Ela procurou as respostas dela, sabe que não tem culpa e sabe que Deus há de lhe dar algo melhor no futuro, mas uma perda de um filho é uma dor que não se ultrapassa assim. Eu peço desculpa, mas não consigo mesmo falar mais”, desabafa, com a voz embargada.
“Talvez pudesse procurar a avó”
Desde os seus dez anos de idade que Jéssica não mantém relação com o seu pai. O mesmo acontece com a avó paterna, com quem nunca teve grande proximidade, uma vez que não aceitou, de ânimo leve, a gravidez de Patrícia, pela tenra idade que ambos tinham. A concorrente da Casa dos Segredos 8 já tentou, entretanto, aproximar-se desta familiar, mas a relação entre ambas é praticamente inexistente. Em conversa exclusiva com a TV 7 Dias, Carla Vieira, a tia paterna da jovem, dá a sua visão desta história: “A minha mãe tem 86 anos e não é a minha mãe que tem de a procurar, porque já não tem possibilidades para isso. Como deve compreender, é uma senhora que já necessita de alguns cuidados e, neste caso, a Jéssica talvez pudesse procurar a avó. É a minha opinião. Estiveram afastadas durante muitos anos. Como deve compreender, não é uma relação como a que tem com as minhas filhas, mas a mãe da Jéssica mora em Matosinhos e a minha mãe mora no Porto, não é longe.”
Confrontada com estas palavras, a mãe da concorrente parte em defesa da filha. “Quando uma criança nasce e não tem uma ligação com um familiar, seja paterno ou materno, é óbvio que se chega a uma idade e não se consegue forçar o que não se sente ou que não existe, mas está perdoado, está apaziguado. Houve um encontro, houve o pedido de perdão, houve o perdão dado da minha parte, da parte da Jéssica e da parte da avó da Jéssica. A Jéssica é quem menos culpa tem. Quando uma criança é rejeitada à nascença e é rejeitada a vida toda, não estão à espera que, depois de ela fazer 18 anos, sinta aquilo que nunca lhe deram. Se até agora nunca foi amada, porque é que agora, que está num programa de televisão, tem de amar? Não tem.”
Segundo Carla, a avó paterna da jovem tem estado a acompanhar o programa e “ela gosta de a ver, é a neta dela. Disse logo que ela é muito bonita”. Na opinião de Patrícia, os familiares do lado do pai “vão ver que realmente está ali uma grande mulher. Se calhar, nem achariam que estivesse ali um ser tão especial como está. Fico feliz que consigam olhar para a minha filha com esses olhos e que vejam a mulheraça que ela é”.
Textos: Carla Ventura (carla.ventura@impala.pt) Fotos: Arquivo Impala e Reprodução TV
