Caso Sexta às 9 sem fim à vista: Conselho de Redação exige provas contra ex-diretora

A polémica em torno das alegadas interferências políticas no Sexta às 9 está para durar. O Conselho de Redação da RTP diz que não apurou «evidências» e quer agora que alegações sejam «comprovadas».

30 Dez 2019 | 15:39
-A +A

As alegadas interferências políticas no programa de investigação liderado por Sandra Felgueiras já fizeram cair uma direção de informação e os estragos não ficam por aqui. O Conselho de Redação da RTP (CR) deliberou que «não foi apurada nenhuma evidência» sobre interferência política no Sexta às 9 durante a campanha eleitoral para as legislativas (período em que o programa não foi emitido).

Mais: no texto a que a Lusa teve acesso, o CR quer que as «alegações» sobre a suposta interferência sejam «comprovadas pelos seus autores». Recorde-se que esta polémica foi espoletada por uma crónica de Eduardo Cintra Torres, publicada no Correio da Manhã e mais tarde corroborada por Sandra Felgueiras. Em causa estava uma reportagem sobre a exploração de lítio. Em causa estaria uma alegada interferência política que teria conduzido à suspensão temporária do programa.  ,

O órgão que representa a redação da RTP entende que «não foi apurada nenhuma evidência sobre qualquer tipo de interferência política na decisão da Direção de Informação de não emissão do programa» durante aquele período.

«Perante as dúvidas levantadas por diversos setores, tendo em conta a importância decisiva do bom nome da redação, torna-se imperativo que quaisquer alegações sobre esta matéria sejam comprovadas pelos seus autores, de forma irrefutável», lê-se na deliberação.

Mas esta não é a única nuvem que ensombra a informação da RTP. Aliás, foi precisamente outra reportagem que fez cair a direção liderada por Maria Flor Pedroso. A 11 de dezembro, numa reunião do CR, Sandra Felgueiras acusou Maria Flor Pedroso de ter transmitido informação privilegiada a Regina Moreira, diretora do Instituto Superior de Comunicação Empresarial, que estava a ser alvo de uma investigação do Sexta às 9. Maria Flor Pedroso rejeitou as acusações mas, a 16 de dezembro, colocou o lugar à disposição.

A RTP continua sem diretor de informação desde então, uma vez que o nome de José Fragoso, proposto pelo Conselho de Administração, foi rejeitado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

 

Texto: Raquel Costa | Fotos: Arquivo Impala

 

Veja mais:
José Fragoso chumbado para assumir direção de informação da RTP
Maria Flor Pedroso é a primeira mulher a assumir DIREÇÃO DE INFORMAÇÃO DA RTP
PUB