Catarina Bettencourt é uma das três nomeadas em risco de abandonar o Big Brother – A Revolução no próximo domingo. Na eventualidade de sair do programa, a jovem de Fernão Ferro aproveitou uma das atividades do Big Brother para partilhar uma mensagem para os telespectadores e revelar um segredo que tem guardado desde os 12 anos de idade.
«Todos nós viemos com uma mensagem cá para dentro. Ontem à noite desabafei com algumas pessoas porque queria que alguém soubesse. É um assunto importante de ser falado, que muita gente não fala», começa por dizer no centro da sala. Os restantes concorrentes mostram-se apreensivos por saberem que seria um tema polémico.
À frente dos colegas de jogo e diante das câmaras, Catarina abre o coração e quebra o silêncio sobre algo que a atormenta desde criança, quando foi vítima de violação aos 12 anos de idade. «Vou-vos contar um caso de uma menina de 12 anos que passou por uma violação. Essa menina fui eu», diz, antes de ficar lavada em lágrimas.
«Eu era uma criança, caramba!»
«Guardei este segredo durante muitos anos. Só contei à minha família, e por família quero dizer mãe e irmã», afirma. «O meu pai não sabe porque não faço ideia de como iria reagir a uma coisa destas», acrescenta. A assistente de borda explica que só conseguiu falar sobre este assunto há apenas dois anos, quando sentiu que «estava na altura».
«Não podia guardar mais isto para mim, não podia ter mais isto no meu coração (…) Guardei-o cá dentro num sítio que eu nem sei onde. Não sei porque não falei mais cedo, não sei porque não contei, se foi por medo. Eu era uma criança, caramba!», recorda.
«Ninguém merece passar por uma coisa destas, muito menos uma criança que não sabe lidar com situações destas», desabafa. Catarina deixa uma importante mensagem a todos os que estejam a assistir ao programa e que, de alguma forma, se identifiquem com esta situação: «Se infelizmente alguém estiver a passar por isso, não se calem. As pessoas mais próximas que consigam ver alguns sinais».
Violador nunca foi julgado
A concorrente esclarece que «não deu muitos sinais» e que, por isso, não culpabiliza a mãe por não ter detectado o crime. Catarina cresceu no Pinhal Novo e revela que foi nesse local que sofreu a violação. O único sinal que deu foi, anos mais tarde quando a irmã casou, ter deixado para trás os amigos de infância e ter ido com ela viver para Lisboa. «O problema foi meu, por não ter falado na altura certa». Os outros concorrentes levantam-se e abraçam-na.
Sobre a identidade do violador, Catarina não revelou nenhum detalhe, referindo apenas que a pessoa «não foi julgada» porque ela só falou sobre este assunto há dois anos. «Por isso é que eu digo que isto é muito mais comum do que pensamos. Existe e é uma realidade, as pessoas que estejam a passar por isto não podem calar-se, porque depois passa muito tempo e ficam sem provas.
«Nós mulheres não temos de ter medo de andar sozinhas à noite ou de usar um decote mais profundo», remata.
Texto: Inês Borges; Fotos: TVI e DR
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