Catarina Furtado volta aos campos de refugiados: «vi pessoas a dormir com ratazanas»

Catarina Furtado está prestes a partir para o Uganda. A apresentadora e Embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População vai gravar mais um episódio de Príncipes do Nada.

17 Jan 2020 | 19:50
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Na próxima semana, Catarina Furtado volta a fazer as malas e parte para um dos países mais devastados por conflitos armados. A apresentadora irá gravar mais um episódio da série da RTP Príncipes do nada. «Estou em vésperas de começar mais um programa. Estou sempre a fazer imensas coisas. Estou muito feliz!», confessa.

A apresentadora, de 47 anos, prepara-se para embarcar em mais uma missão com a equipa do programa da RTP. Desta vez, vão para um país onde existe o risco de serem contaminados com malária. Um cenário que não assusta Catarina. Para a estrela da RTP os problemas de quem lá vive são muito maiores. «No Uganda há malária, mas eles têm muito mais problemas do que eu. Se eu vou com receio de ter malária, não sou a pessoa indicada para ir», afiança.

«Não sou inconsciente»

A Embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População vai com cuidados, mas sem receios. Na comemoração dos 60 anos de carreira de Júlio Isidro, no Casino Estoril, Catarina Furtado contou-nos que leva as vacinas necessárias e que as condições em que encontram os países nas várias viagens que faz falam sempre mais alto.

«Vou sempre sem esses receios. Vou com os cuidados, as vacinas, obviamente não sou inconsciente. Tenho cuidados na maneira como me visto, o que bebo, mas não posso ter receios. É urgente ir». Catarina Furtado deixa também o alerta. «É óbvio que o mundo está melhor em algumas coisas, mas está pior noutras. No que diz respeito a guerras e à crise dos refugiados que está cada vez mais aguda. Portugal está incluído e temos enormes responsabilidades.»

Enteada também vai para campo de refugiados

Catarina Furtado começou a aventura do programa Príncipes do Nada em 2006. Nas inúmeras viagens já viu muitas pessoas a viver em condições deploráveis.  «Vi pessoas que estão numa tenda miserável, a dormirem com outras pessoas, com uma casa de banho para 150 pessoas, a dormir com ratazanas. Quando tinham nas suas casas todo o conforto digno e tiveram de sair forçadas, porque há guerra», relata.

Catarina insiste que é preciso ir mais além e ajuda o próximo. «Eu acho que, de facto, é impossível continuar a passar ao lado destas realidade. Eu considero que cada pessoa na sua função tem obrigação a fazer mais do que aquilo que fazemos.»

Em 2019, Catarina Furtado esteve em campos de refugiados no Bangladesh, Líbano, Grécia e Colômbia. A família também está sempre preparada para as idas de Catarina Furtado. «Eles também já estão vacinados», diz, entre risos.  Inspirada pela madrasta, a enteada da apresentadora, Maria, de 23 anos, filha de João Reis, já foi para campos de refugiados. «E vai outra vez agora», anuncia, orgulhosa.

Os filhos Beatriz e João Maria ainda não se aventuraram. «Com 12 e 13 anos ainda é cedo. Ainda há muita coisa que se pode fazer cá em Portugal. Eu educo-os para a empatia. A empatia deve-se ensinar e pode ser ensinada. Deveria ser uma disciplina na escola. É o querer saber ou não querer saber», explica.

 

Texto: Mariana de Almeida; Fotos: Zito Colaço

 

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