Cláudio Ramos sai em defesa da SIC e revela: «Ambicionava ser apresentador do programa»

O apresentador defende que Quem quer namorar com o agricultor? é «mais interessante» do que Quem quer casar com o meu filho? e reage com veemência às críticas que a SIC tem recebido desde a estreia.

11 Mar 2019 | 19:14
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Em resposta às muitas críticas a que o novo formato da SIC (e o da TVI…) tem sido sujeito, Cláudio Ramos assina um texto no seu blogue em que sai em defesa do canal pelo qual dá a cara e dos participantes que concorrem a Quem quer namorar com o agricultor?, um programa «mais interessante do que Quem quer casar com o meu filho», que a principal concorrente dava a conhecer ao público à mesma hora.

Por isso, foi «com muito agrado» que o apresentador viu a estreia do reality show conduzido por Andreia Rodrigues, lugar em que, revela agora, gostaria de estar. «Conheço os dois formatos e disse sempre que o Agricultor me fascinava e ambicionava ser seu apresentador», lê-se no blogue Eu, Cláudio.

 

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Sobre o rol de críticas que atinge o formato, uma das quais vindas da associação feminista Capazes, da qual a ex-apresentadora da SIC Rita Ferro Rodrigues é uma das fundadoras, Cláudio Ramos opina: «Não fiquei indiferente às muitas manifestações que apareceram hoje cedo vindas de muita gente que considera o programa machista, que as mulheres são objecto, que os agricultores tratam as mulheres como ‘gado’… Sou dos que respeita todas as opiniões e apelo muito à liberdade, por isso mesmo é importante perceber que as candidatas do programa estão ali de livre vontade na busca de uma experiência social que – aos seus olhos – as beneficiará a elas e a eles. Que eles – os agricultores – também são avaliados, como elas são, dentro do contexto que é a linha editorial de um programa de entretenimento.»

 

«Que direito temos de condicionar as mulheres de participarem num programa onde procuram borboletas na barriga?

 

Mais: Cláudio fundamenta que, «além de entreter, uma televisão privada», como a SIC, «tem a função de criar audiência e lucro». «Esse é o caminho», frisa. «Partindo do princípio fundamental que somos todos livres de fazer o que nos apetece, desde que não se interfira na liberdade do próximo, que direito temos nós de condicionar as mulheres de participarem num programa onde procuram o amor, borboletas na barriga, a exposição, ou a legítima vontade de aparecer? Não somos ninguém para o fazer. Porque, da mesma maneira que há mulheres que resolvem não fazê-lo e o mundo apoia, o mundo tem a obrigação de respeitar a escolha contrária desde que seja feita de livre vontade.»

 

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E repete: «As concorrentes e os participantes do Quem quer namorar com o agricultor? ou de outro programa têm o direito de estar ali, a fazer as suas escolhas e a deixarem-se apreciar». Quanto ao espectador, esse «tem o direito a gostar, a ver, a avaliar, a estar, a não gostar, a usar o comando para mudar de canal».

«A liberdade é isto. Liberdade não é condicionar com opiniões feitas e pressões mediáticas o que todos devem fazer, sob pena de, se fizerem o contrário da maioria, se sentirem mal. Isso não é nem liberdade nem justiça», sintetiza, numa crítica aos fortes julgamentos a que o novo reality show da SIC tem sido sujeito desde a sua estreia.

 

«Não sou nem burro, nem machista, nem quero regredir no tempo»

 

Cláudio Ramos termina defendendo que a SIC, com a transmissão de Quem quer namorar com o agricultor?, está «a entreter Portugal numa escolha livre». «Desculpem, mas e o que eu acho. Não sou nem burro, nem machista, nem quero regredir no tempo. Digo eu que tenho irmãs, uma filha, uma mãe e 45 anos. Mesmo que não se concorde com a minha opinião, é preciso respeitá-la. Assim como às livres escolhas de cada um. Certo?», remata.

 

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Texto: Dúlio Silva | Fotografias: Divulgação SIC
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