Constança Cunha e Sá sem filtros: «Saí da TVI por dignidade, saúde mental e higiene»

A jornalista Constança Cunha e Sá reagiu à sua saída da TVI lançando farpas à futura dona da estação. E diz que abandona Queluz de Baixo «por uma questão de dignidade, saúde mental e higiene».

03 Mar 2020 | 11:22
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A notícia foi avançada pela TV 7 Dias no sábado: Constança Cunha e Sá saiu da TVI. Antiga editora de Política do canal, a jornalista era, até à semana passada, comentadora e moderadora do programa de comentário político Prova dos 9, transmitido pela TVI24. Saiu por, segundo ela, não se identificar com o grupo de media que se prepara para comprar a Media Capital, a empresa que tutela a TVI.

Esta é a ideia que fica surge na primeira reação de Constança Cunha e Sá ao adeus à Informação liderada por Sérgio Figueiredo«Devo um esclarecimento a todos os que me seguem ou não e que me apoiaram nestes últimos tempos. Saí da TVI, que durante muitos anos foi a minha casa, por uma questão de dignidade, saúde mental e higiene. Nunca acabaria a minha vida profissional a trabalhar para a Cofina. Lamento», escreveu, isto apesar de, no passado, já ter sido cronista do jornal Correio da Manhã, detido por este grupo.

 

 

Antes, também na rede social Twitter, a jornalista de 61 anos agradeceu «a todos» os que a «apoiaram» na saída da TVI: «Muito obrigada por tudo.»

 

 

Contactada pela TV 7 Dias, a TVI não reagiu em tempo útil às palavras de Constança Cunha e Sá nem clarificou se a saída da jornalista de Queluz de Baixo partiu da própria ou do canal.

 

Quem também saiu da TVI e quem recusou acordo

 

Além de Constança Cunha e Sá, noticiou a TV 7 Dias no fim de semana, chegaram a acordo para abandonar a TVI os jornalistas João Maia Abreu, até então Diretor do Gabinete dos Novos Canais, entre os quais a TVI África, e Paula Magalhães, na estação desde a fundação.

«Estas saídas magoaram muito as pessoas. Estavam aqui há tantos anos… A Paula fez parte da equipa que fundou a TVI. O Maia também estava praticamente desde o início. Quase que sentem que os estão a pôr em causa, ao fim de tantos anos de entrega a esta casa. Devem pensar: ‘Será que já não sirvo?’», desabafou, na altura, uma fonte do canal à nossa revista.

Outra fonte ligada ao canal revelou ainda à TV 7 Dias que Jorge Nuno Oliveira também estava na lista de rescisões que o canal pretendia fazer. Porém, o jornalista declinou o acordo, garantiu a mesma fonte. Atualmente, Jorge Nuno Oliveira é um dos editores do Jornal da Uma, do canal generalista.

Contactada pela nossa revista, fonte oficial da TVI confirmou, na altura, que, «como é do conhecimento público, está a haver um processo de reestruturação na empresa» e que, por isso, «podem entrar umas e sair outras» num futuro próximo. E apontou para daqui «a dois ou três meses» a data na qual se conhecerá o futuro da empresa.

O «processo de reestruturação» ao qual esta fonte se refere está, claro, ligada à aquisição da Media Capital pela Cofina. O negócio está em vias de concretizar-se, depois de os vários reguladores não terem colocado objeções à compra. Atualmente, e depois de os acionistas da Cofina terem aprovado o aumento de capital até 85 milhões de euros para o financiamento da compra da TVI, decorre período de exercício dos direitos de subscrição de novas ações do dono de meios como a CMTV.

Quanto à Direção da TVI África, fonte oficial da estação de Queluz de Baixo esclareceu que não será feita, para já, uma nomeação, ficando o canal «sob a alçada de Nuno Santos». Foi este o nome escolhido, recorde-se, pela administração de Luís Cabral para, desde janeiro, assumir a Direção de Programas da TVI, em substituição de Felipa Garnel, que só resistiu no cargo seis meses.

 

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Texto: Dúlio Silva; Fotografias: Arquivo Impala e reprodução TVI
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