Depois de 26 minutos de entrevista, Cristina Ferreira quebrou. Esta quinta-feira, 28 de março, a apresentadora de O Programa da Cristina, da SIC, recebeu na sua casa Maria de Fátima Branco, a mãe da jovem canoísta que está em morte cerebral desde dezembro do ano passado e cujo filho, Salvador, nasceu esta madrugada.
«Eu sei que se queria despedir da sua filha com flores amarelas. São para lhe dizer ‘adeus’», disse Cristina, ao entregar a Maria de Fátima um ramo de flores amarelas. Sem conseguir conter as lágrimas, a anfitriã sussurrou-lhe ainda: «Estou aqui para o que precisar».
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A estrela do canal acabou por falar para a câmara e manifestar, sempre com a voz embargada e as lágrimas a escolherem-lhe pelo rosto, o quão esta história a tocou. «A Fátima disse-me que não queria vir ter comigo para chorar nem para provocar alguma dor. Disse-me. ‘Eu sei que tem um filho [Tiago, fruto da relação de Cristina com António Casinhas] e estamos as duas a falar do mesmo sentimento‘. Acho que ninguém imagina, mesmo depois de ouvirmos a Fátima, o que foram estes meses», começou por dizer.
«A honra com que a Fátima esteve aqui é que é importante de salientar», disse, constrangida por, logo de seguida, ter de dar voz ao passatempo que oferece dinheiro em cartão a um espectador.
A ex-colega de Manuel Luís Goucha deixou-se levar pela emoção e falou da relação entre si e a audiência e com a equipa técnica que a escuda. «Esta é uma forma de quem está do outro lado, das pessoas que eu nunca vejo, entrarem em minha casa. Eu sei que você está aí. Mas não conheço. Não sei o seu rosto, não sei quem é que olha para mim e me aceita, de alguma forma, como família. Os programas da manhã têm muito isso: de aceitação do apresentador como família», explica.
«Agora para vocês, que estão aqui à minha frente: (…) Obrigada», sublinhou Cristina, dirigindo-se aos elementos da realização e produção do formato. «Eu faço este programa com eles todos. (…) Eu sei porque é que estão aqui a vibrar comigo. Eu hoje sou muito mais feliz do que era há quatro meses, e eu já era feliz! É preciso que se diga isto. Eu já era feliz. Mas hoje sou muito mais, porque me deram a liberdade de fazer em televisão aquilo que eu acho que lhe faz melhor companhia», terminou.
