Crítica séria: Cristina Caras Lindas acusa Júlia de “explorar” história de convidada

Cristina Caras Lindas mostrou-se sensibilizada com o relato de uma convidada do programa “Júlia” e diz que o vespertino da SIC é um “formato de programa que explora a história de alguém”.

11 Mar 2021 | 22:00
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Cristina Caras Lindas teceu duras críticas à falta de atuação da produção do programa “Júlia”. Em causa está a história de uma mulher que, com um passado dramático e um presente não menos difícil, está atualmente a passar graves dificuldades financeiras. A convidada de Júlia Pinheiro tem ao seu cuidado uma filha menor e um filho incapacitado e trava também duras batalhas contra várias doenças.

“Marta Romão sempre teve uma vida dura. A infância ficou marcada por uma tentativa de violação e na idade adulta, passado seis meses do nascimento da filha descobriu que o companheiro tinha uma vida dupla e mantinha outra família”, descreveu o vespertino da SIC numa publicação feita no Facebook.

Na secção de comentários, uma opinião salta à vista. A de Cristina Caras Lindas, que aponta o dedo ao programa “Júlia” e à estação de Paço de Arcos. “Estive a ver o programa. Já enviei mensagem para a Marta Romão e estivemos a falar. Irei ajudar de todas as formas. Deveria, neste formato de programa que explora a história de alguém, ser ajudada pelo canal”, defende a apresentadora, de 61 anos.

“Foi sempre isso que eu fiz nos meus programas e com o meu próprio orçamento. Que sentido faz irem contar a suas terríveis histórias de vida sem ajuda alguma. Que maravilhoso seria no final da história contada como por milagre surgir a ajuda/solução. Boa sorte é o que desejo”, acrescenta Cristina Caras Lindas, afastada da televisão há vários anos.

 

A impressionante história da convidada de Júlia Pinheiro

 

Marta Romão esteve à conversa com Júlia Pinheiro na emissão desta quarta-feira do vespertino da SIC, no qual passou em revista toda a sua impressionante história de vida. Na infância, esta mulher passou por “dificuldades financeiras” e viveu num barracão onde chovia. As circunstâncias obrigaram-na, os 13 anos, a trabalhar no campo. Um ano antes, disse ter sofrido uma tentativa de violação por parte de um desconhecido, já depois de uma alegada outra num contexto familiar.

Casou-se aos 17, após quatro anos de namoro. O primeiro filho nasceu dois anos depois do casamento. O marido acabou por ser diagnosticado com esclerose múltipla e, pouco tempo depois, pôs termo à vida com uma caçadeira, sem se despedir da mulher nem do filho. “No início, houve muita raiva, ódio, desespero. Pensei que ele não gostava nem de mim nem do filho para fazer o que fez. Na altura, foi o que pensei, porque eu fiquei sozinha”, disse, em lágrimas.

Três anos depois de enviuvar, Marta Romão iniciou uma nova relação, da qual tem uma filha. O companheiro, alegou em conversa com Júlia Pinheiro, exercia sobre ela “agressões físicas, verbais e sexuais”. “Foram cinco anos em que eu vivi literalmente num inferno sem deixar que os outros percebessem o inferno em que eu vivia”, relatou a convidada da apresentadora no vespertino da SIC.

Esta mulher veio a descobrir, seis meses depois do nascimento da filha, que o companheiro mantinha uma vida dupla. O homem acabou por deixar-lhe muitas dívidas, contou Marta Romão.

Marta Romão foi, entretanto, diagnosticada com fibromialgia e sofre ainda de uma doença autoimune. “A minha vida hoje é péssima”, atirou. Já o filho luta contra uma depressão e “já tentou o suicídio duas vezes, uma aos 18 anos e outra aos 20”. Atualmente, a mulher passa por sérias dificuldades económicas: “O dinheiro está contado para aquilo que eu preciso e não chega. Não pago renda aos meus senhorios desde setembro do ano passado”. Todo este relato foi feito em lágrimas. 

Júlia Pinheiro mostrou-se sensibilizada com a história de vida da convidada. “Espero sinceramente que alguém possa deixa um sinal de solidariedade e apreço por uma vida tão castigada”, disse, no final da entrevista.

 

Texto: Dúlio Silva; Fotos reprodução redes sociais
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