Da cor da roupa aos aviões: Concorrentes do “Big Brother” têm vários códigos com famílias

Vencedora de um “Big Brother”, Joana Albuquerque conta como sabiam quem ia ser expulso do programa e quais os códigos com os familiares. Fala ainda sobre como foi feito o pagamento do prémio.

07 Nov 2021 | 22:33
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Vencedora do “Big Brother – Duplo Impacto”, Joana Albuquerque aceitou, no dia 26 de outubro, o convite para ser entrevistada no podcast “Sem Remorsos”. Numa conversa que durou quase duas horas, a ex-concorrente do reality show revelou vários segredos de bastidores do programa da TVI.

Para a “beta” de Cascais, tudo começou numa noite de copos, quando decidiu inscrever-se no formato por insistência de amigos. “Estava a beber uma sangria na Expo com o Michell [Gonçalves, também ele ex-concorrente do ‘Big Brother’] e resolvemos inscrever-nos, por isso é que inventámos todo aquele enredo à nossa volta”, confidencia a designer de moda.

Quanto a tudo o que se passa por detrás das câmaras num formato deste género, a jovem, de 22 anos, admite: “Nestes programas, infelizmente em Portugal, há muito contacto com o exterior. As pessoas vão lá. Eu fui insultada por pessoas que iam passear o cão…”, recorda.

Mas o entrevistador vai mais longe e pergunta se, além de ouvir todas as mensagens que queriam passar para o exterior, também existia contacto visual com as pessoas que passavam pela casa da Ericeira. “Vão perdoar-me, pessoal da Endemol, por estar a dizer isto, mas por várias vezes pessoas subiam às grades e dava para as ver. Sentes que estás enjaulada e que há pessoas lá fora.”

É desta forma que Joana Albuquerque tem a certeza que era fácil perceber o que se passava no exterior. A mensagem era recebida com sucesso. “Consegues perceber, por exemplo, no meu segundo programa, que havia fanáticos de um lado e do outro. Dava para perceber que havia uma revolta cá fora tanto de um lado como do outro. Iam pessoas gritar por mim, outras pelo Savate, como iam pessoas insultar-me e a ele também. Dava para perceber que algo não estava bem”, sublinha, sem esquecer o frenesim de drones.

“Depois também havia os drones. Houve um dia em que recebemos oito drones. Oito drones a € 250. Foram lá gritar várias vezes ‘Joana sai, Joana sai’, e eu nunca saí”, diz, garantindo que não se deixava influenciar pelo que ouvia.

Mas as informações do exterior não se ficavam por aqui. Quando enviavam aviões ou drones “sabia se era a minha mãe ou não porque trocámos códigos. A minha mãe tinha um código e eu sabia se era ela”, admite, sem esquecer uma série de outros esquemas que alguns concorrentes usavam. “Desde peças de roupa que indicam se estás bem ou se estás mal. Por acaso, eu nunca combinei com a minha mãe estes códigos, só dos aviões, para ter a certeza de que era ela.”

Mas o mais surpreendente é a forma como os concorrentes acabavam por descobrir que iam ser expulsos, um dia antes da gala de domingo à noite. “Também conseguíamos saber quando a pessoa ia sair. Pensem lá… Nós recebemos roupa ao sábado, um dia antes da gala. Se a pessoa só receber o vestidinho ou o fatinho para a gala, já sabíamos que ia sair. Podes combinar com a tua família, para já estares preparado: ‘Mandem-me este fato no dia em que for eu a sair’ e a tua família manda-te só o fato. Imagina: ‘Se estiver bem no jogo, manda-me um elástico cor-de-rosa’”, conta.

Outro assunto pouco falado no mundo do “Big Brother” é o prémio final. Joana Albuquerque conta como foi todo o processo e mostra-se agradada. “Recebi o dinheiro direto na conta a 15 da abril. Foi super-rápido. Eu saí a 27 de março. São vinte mil limpinhos, eles é que pagam os impostos. Ainda não gastei nem um cêntimo”, afirma.

E vai mais longe: “Mas eu ganhei bem mais do que isso. Estive seis meses a trabalhar e sem gastar um tostão, nem num cafezinho. E estava a ser paga por marcas que me enviavam roupas lá para dentro. Devia ser das poucas que cobrava, mas para fazer publicidade nos stories numa conta com 140 mil seguidores… desculpem, mas vão ter de pagar. E não ganhei só isso, ganhei seguidores que me dão engagement, que se transforma em exposição para outras marcas. Eu ganhei uma rampa de lançamento para a minha profissão.”

Sobre a polémica de não continuar como comentadora na TVI, Joana Albuquerque prefere não entrar em grandes detalhes. “’O Amor Acontece’ era um programa mais soft, sabíamos os tópicos e íamos preparados. Aquilo ocupa muitas horas do meu tempo. Cada vez que ia à TVI demorava quatro horas. Tinha de lá estar às 16h, saía às 20h e acabava por não criar conteúdos diferentes. Sou uma pessoa que se aborrece com facilidade”, refere, garantindo: “Eu nunca disse que queria comentar o ‘Big Brother’.” Mas houve um convite? “Não vou falar sobre isso.”

Por fim, era difícil escapar ao assunto Bruno Savate. Apesar de garantir que há duas ou três semanas voltaram a falar, revela que a relação com o ex-namorado continua igual: hoje seguem-se nas redes sociais, amanhã já não se seguem. Quando questionada se já tinha sido traída, não hesitou. “Fui traída pelo Bruno. É público. Eu desconfiei e depois confirmei”, remata Joana Albuquerque.

 

Texto: Tânia Pereira Dias (tania.dias@impala.pt); Fotos: reprodução redes sociais

 

(artigo originalmente publicado na edição nº 1807 da TV 7 Dias)

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