De luto, Anjos mostram-se revoltados: “Algo na sociedade atual vai muito mal”

Nelson e Sérgio Rosado mostraram o seu profundo pesar à família das mulheres assassinadas no centro de Ismaili, em Lisboa, na passada terça-feira, dia 28 de março.

30 Mar 2023 | 9:50
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Os Anjos, dupla musical formada por Nelson e Sérgio Rosado, prestaram uma homenagem nas redes sociais às duas mulheres, de cerca de 20 e 40 anos, que morreram vítimas de um ataque de um homem armado com um objeto cortante.

Os cantores, que trabalharam muitos anos próximos da comunidade Ismaelita em Portugal, fizeram questão de comentar a trágica situação. Através de uma imagem de luto, Sérgio e Nelson partilharam um emotivo texto.

“É com profundo pesar e consternação que vos escrevemos esta nota que decidi tornar pública, pois de facto os crimes que ontem sucederam no centro Ismaili em Lisboa, foram não somente bárbaros, como profundamente injustificados e incompreensíveis”, começam por dizer.

“Desde já gostaria de prestar os meus mais profundos e sentidos pêsames às famílias enlutadas e a todos os seus amigos, pela perda dos seus entes queridos. Conheço muito bem a comunidade Ismaelita em Portugal, fomos parceiros de trabalho durante anos (os nossos primeiros Discos foram gravados numa editora pertença da família Jadaugy…. que infelizmente perderam ontem, de forma prematura e trágica a “sua” muito querida Mariana), foi também com os nossos parceiros/amigos e alguns deles até como irmãos das famílias: Sacoor, Din, Cassamo, Hassanali, entre muitos outros…., que crescemos e nos tornámos também melhores pessoas e profissionais”, acrescentam.

“Enalteço e agradeço o trabalho comunitário de excelência, muito dele por vezes não visível, que esta comunidade providencia junto daqueles que mais precisam, são um exemplo, obrigado”, pode ler-se.

“É necessário repor, manter e defender os valores”

Os cantores aproveitaram para agradecer à rápida resposta das forças policiais na resolução deste trágico episódio. “Por último, não poderíamos deixar de agradecer às nossas forças policiais (PSP), a prontidão e a forma rápida com que chegaram ao local e resolveram a situação, falando nestes homens e mulheres, onde naturalmente também teremos de incluir os militares da GNR, não esqueçamos o enorme flagelo que continua a assolar as nossas forças de segurança…. falo-vos da elevada taxa de suicídio entre estes nossos concidadãos, em quem nós tanto depositamos em termos de segurança e esperança, que todos o reconheçam nesta hora difícil também para as suas famílias, colegas e amigos a quem nós também aproveitamos para endereçar os nossos sentimentos …. algo na sociedade atual vai muito mal, ficam aqui estes dois exemplos trágicos que em cima referimos, reergamo-nos e saibamos todos reconhecer que é necessário repor, manter e defender os valores e os princípios basilares, para que possamos viver e proporcionar a quem também nos rodeia, uma vida com dignidade”, remataram.

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Texto: Inês Borges; Fotos: DR e Arquivo Impala

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