Eduardo Gonçalves: Uma viagem de sentimentos

O vencedor da última edição de Ídolos, em 2022, acaba de lançar o seu primeiro EP. À TV 7 Dias o jovem músico fala do trabalho e de como o formato da SIC mudou a sua vida.

31 Ago 2024 | 10:51
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TV 7 Dias – Pensar em Ti Não Dá é o título do seu novo single. Como foi o processo criativo?

Eduardo – Esta música foi escrita no ano passado e foi engraçada a forma como foi criada. Nunca tive uma música tão espontânea como esta. Na altura em que estava a estudar no Berklee College of Music, um dos prémios do Ídolos, conheci bastantes pessoas que se tornaram minhas amigas. Um desses amigos, o Eduardo, um brasileiro, tinha uma cadeira como eu em que tínhamos de escrever uma música. Eu já tinha dois acordes que andava a namorar, comecei a tocá-los e, no espaço de uma hora, já tínhamos quase a música feita, sem letra. Achámos bonito e mágico. Depois comecei a juntar a letra com o Eduardo.

No que é que se inspiraram para fazer esta música?

É uma música que remete à saudade. Já estávamos na segunda semana em Boston e, volta e meia, pensava que estava a cinco quilómetros de casa, e tinha saudades. Estava a adorar a experiência, mas tinha saudades de casa. Por seu lado, o Eduardo tinha saudades da namorada e então foi uma letra misturada com os sentimentos dos dois.

Como define este tema?

Mesmo o próprio EP é uma viagem aos meus sentimentos e emoções. Às vezes penso que sou bipolar não diagnosticado, porque ando sempre nessa ambiguidade. Por exemplo, o Pensar em Ti Não Dá fala da saudade, da parte afetiva e carinhosa, depois a Sei Que Não aborda o remorso, aquela falta de garra, e a Little Lies é uma forma agressiva de lidar comigo, de ser mais direto. O EP é à volta da guerra de existirmos de sermos nós próprios.

Como foi estudar numa das escolas mais prestigiadas do universo musical?

Foi uma experiência incrível, estive lá cinco semanas, foi um curso intensivo, não foi assim tanto tempo, mas essas cinco semanas permitiram-me explorar a parte criativa que floresceu mais. Eu tinha que escrever músicas e passar por um processo de pensamento, e isso ajudou muito na criação. Além disso cruzei-me com músicos fenomenais.

Para quando o álbum?

Ainda não sei quando irá sair o suporte físico, mas tenho muitos temas em carteira e ando a namorar algumas.

O Ídolos mudou a sua vida?

Deixei a engenharia e fui trabalhar o meu lado criativo, que é onde me sinto eu próprio.

Texto: Telma Santos (telma.santos@impala.pt); Fotos: 
Arquivo Impala e Divulgação
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