Maria José Valério foi recordada por Almeida Nunes na emissão deste sábado, 13 de março, do programa “Estamos em Casa”. O médico foi o ‘apresentador de serviço’ do matutino da SIC e, no final de uma conversa com Júlia Pinheiro, prestou uma homenagem à cantora – que morreu a 3 de março, vítima de COVID-19 – e revelou um telefonema que esta lhe fez antes de adoecer e que o deixou “angustiado”.
“A minha amizade com a Maria José Valério não é uma amizade com muitos anos, mas era uma amizade intensa. Ela telefonava-me com frequência, a partilhar as suas mágoas e as suas angústias, e conversávamos. E há um telefonema que ela me faz que me deixou, confesso, com muita ansiedade, em que ela me diz ‘meu querido amigo, sabe que, aqui, na Casa do Artista, estão a aparecer muitos casos de COVID-19 e, se eu deixar de lhe telefonar, já sabe porque é'”, começou por contar o clínico.
“Fiquei muito emocionado, naquela altura. Fiquei até angustiado… E continuámos a falar diariamente. Aí, a Zezinha não estava infetada até que, posteriormente, acabou por infetar e teve de ser isolada”, disse, acrescentando: “Eu ia conversando com o pessoal de enfermagem da Casa do Artista e chegou a um ponto em que ela não podia mais estar ali, tinha mesmo de ser internada. Eu fui acompanhando diariamente o internamento dela, fui tendo notícias dela. O estado foi-se degradando e ela acabou por falecer”.
Fernando Mendes homenageia Maria José Valério na SIC
Almeida Nunes contou a Júlia Pinheiro que, nos últimos tempos de vida de Maria José Valério, falou diariamente com Fernando Mendes, também ele muito amigo da voz da “Marcha do Sporting“. O apresentador da RTP tinha uma ligação antiga e muito forte com a artista e também ele prestou homenagem à falecida cantora.
“Ainda bem que é homenageada, que bem merece. Eu tive o prazer de a conhecer em criança, porque ela era amiga do meu pai e da minha mãe. Depois, mais tarde, quando vim para o teatro, trabalhei com ela durante um ano. Andámos em tourné pelo pais todo e era uma mulher extraordinária. Para mim, trabalhar com uma artista daquelas foi ótimo e depois começar a conviver com ela até há uma semana atrás”, disse.
“Falava com ela todos os dias. Neste último mês, telefonava-lhe para a Casa do Artista e ela estava sempre bem-disposta. Nunca pensei que isto pudesse ter acontecido à Zézinha. A Zézinha tinha uma magia dentro dela, era um amor, uma pessoa muito querida, sem maldade nenhuma. Tenho muita pena”, contou, sublinhando: “Ainda bem que estas homenagens são feitas, porque ela bem merecia e ela está lá em cima a ver. Tenho muitas saudades dela”.
Em jeito de conclusão, Fernando Mendes contou ainda: “Esta peça que eu fiz recentemente na Casa do Artista, chamada ‘Insónia’… Ela pediu-me para lhe arranjar uma almofada com a palavra ‘insónia’ e ela dormia todas as noites com a minha almofada e com o leão do Sporting. Zézinha, estejas onde estiveres, um grande beijinho”.
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