Zena Pacheco tinha tudo para viver o arranque de 2021 em grande. Sagrada vencedora do “Big Brother – A Revolução”, a euforia deu lugar à tristeza profunda quando, duas semanas depois de ganhar o reality show da TVI, foram indevidamente divulgados nas redes sociais filmagens feitas com um telemóvel das câmaras da casa mais vigiada do País, nas quais a madeirense surgia a ter relações sexuais com André Abrantes, por quem se apaixonara no decorrer da competição.
Em entrevista à TV 7 Dias, a propósito da estreia da nova edição do “Big Brother”, Zena Pacheco lembra que “o ano passado foi muito complicado” para ela. “Com a história dos vídeos, recebi muitos comentários negativos, mas ao mesmo tempo tinha o amor dos meus apoiantes. Foi um misto de emoções que sinceramente não soube gerir. Fui muito abaixo, mas sinto que a minha situação foi muito diferente da dos outros concorrentes, sem ser o André, porque ele viveu isto comigo”, refere.
Aquela época, claro, não lhe traz boas recordações. “Eu já não me reconhecia. Não conseguia fazer coisas simples, como levantar-me para cuidar de mim, fazer desporto e comer bem. Sentia-me muito mal. Não que eu tivesse feito algo de mal, porque eu nunca senti isso, mas pela pressão que foi posta nas minhas costas”, deixa claro.
Zena Pacheco: casamento só depois do tribunal
Zena Pacheco preferiu lidar com o momento apenas com quem a rodeava. Agora, arrepende-se. “Quem estava à minha volta, ajudou-me muito, mas, se eu soubesse o que sei hoje, teria pedido ajuda médica. Eu nem tinha forças para pensar nisso. Havia dias em que eu nem sequer conseguia ouvir a minha própria voz dentro da minha cabeça”, diz, acrescentando: “Acho que ainda vou procurar ajuda psicológica. Eu e o André. Acho que isso é uma coisa que nós temos de fazer, porque temos de cuidar de nós.” Agora com 23 anos, a madeirense sente-se “cada vez mais a dar a volta por cima”. “Já me sinto mais eu”, reforça.
Este representa, indubitavelmente, o lado negativo da sua participação no “Big Brother – A Revolução”. O casal tem em andamento um processo contra a produtora do reality show, Endemol, que na altura manifestou o seu “total repúdio” pela “gravação e difusão ilícitas e não autorizadas de imagens obtidas no âmbito da produção do programa”. Sobre o caso judicial, a madeirense diz apenas que este “está a avançar”. Contudo, quando questionada sobre o casamento com o cantor, deixa escapar que o mesmo só só vai realizar quando o processo estiver encerrado: “Não quero dizer uma data específica, porque não tenho pressa. Estamos noivos, mas vamos deixar as coisas acontecer. Quando acharmos que fizer sentido, vamos casar-nos. Acho que ainda há coisas por resolver. Não entre nós, casal… Acho que há coisas externas que, pelo menos para mim, ainda me fazem muita confusão para poder dar esse passo. Por exemplo, temos um processo em tribunal e eu ainda não consigo dar esse passo.” Ter filhos também “faz parte dos planos” do casal. “Já falamos nisso, mas ainda não é o momento. Ainda sou muito nova. Ainda tenho muitas coisas por realizar antes de ser mãe”, afirma.
Gastou tudo o que ganhara
Desafiada a recordar os dias que antecederam à sua entrada na casa mais vigiada do País, Zena Pacheco lembra que “estava como suplente” do painel de concorrentes e que foi chamada à última hora para viajar para o continente e, por fim, confinar-se num hotel.
Todavia, antes, gastou muito dinheiro para concretizar o objetivo de entrar no programa da TVI. “Eu insisti muito para entrar. Sou da Madeira e, quando se vai para um casting presencial, temos de pagar do nosso bolso. Então, investi o dinheiro todo que eu tinha ganhado o ano todo a trabalhar só para poder ir aos castings presenciais. Depois, não me disseram mais nada e eu achei que afinal não ia entrar. No último dia, ligaram-me à pressa e dizer que tinha de embarcar num voo dessa tarde, porque iria ficar confinada num hotel para fazer o isolamento. Fiquei contente, mas não tive muito tempo para me preparar”, conta.
Já lá dentro, a jovem percebeu que o seu trajeto no reality show estava a correr bem – tão bem que viria a vencê-lo – quando recebeu um sinal da família. “Recebi um avião da minha família que dizia ‘alô galera’. Era algo que tínhamos combinado para o caso de estar a correr bem para o meu lado. Isto foi a meio do programa e, aí, entendi que estava tudo bem”, refere, sublinhando, contudo, que o “Big Brother” “é um jogo que varia de semana para semana e que tudo pode mudar de um momento para o outro”.
A trabalhar novamente no ramo da aviação, Zena Pacheco mantém o sonho de singrar na representação. “Antes de entrar, tinha uma ideia de que a participação me iria abrir portas para eu conseguir ser atriz. No meu caso, não foi assim. Foi como se tivesse levado uma chapada de luva branca. Acredito que tinha esse direito e que essas oportunidades estavam iminentes, mas foram-me retiradas”, acredita, lançando novas bicadas ao canal de Queluz de Baixo: “Acho que não me deram o mesmo que deram aos outros. Senti que me puseram muito de lado, também pela situação dos vídeos.”
