Aurea diz sentir-se realizada a nível pessoal, apesar de não assumir namoro com Diogo Martins. A cantora evita falar da relação com o ator, não esconde que vive uma fase de plena felicidade. À TV 7 Dias, Aurea fala ainda da nova edição do “The Voice”, da amizade com Marisa Liz e do susto que apanhou com os pais, que tiveram COVID-19.
T V 7 Dias – Como define esta nova temporada do “The Voice Portugal” e que diferenças tem encontrado nesta equipa que está a formar em relação às anteriores?
Aurea – Esta é a minha sétima temporada, vamos fazer dez edições de “The Voice”, e sabes quando pensas que já não há mais talento e não há mais pessoas a cantar bem? Não é verdade. De repente aparece aqui cada pessoa a cantar lindamente, com uma identidade muito própria e peculiar. Temos de tudo este ano e todos os anos é diferente porque as pessoas exigem coisas diferentes de nós como mentores e ensinam-nos coisas diferentes. Nós acabamos por aprender também com eles e tem estado a ser maravilhoso.
– Qual é o balanço que faz da sua experiência no “The Voice Portugal” ao longo dos últimos anos?
A Marisa é a mentora mais antiga, eu sou a segunda mais antiga. O The Voice já é uma casa e uma família para mim. É um prazer gigantesco fazer parte de um programa de talentos como o nosso. É um programa justo, com credibilidade, e as pessoas que saem daqui podem ter carreiras. Temos a prova viva disso com uma série de cantores que temos no panorama musical português, que saíram daqui, e para mim é maravilhoso fazer parte disso.
– Gostaria de trabalhar com algum concorrente?
Com vários. Temos pessoas incríveis aqui, o Francisco Murta, que adorei, e que foi o meu finalista no ano do Fernando Daniel, que também é maravilhoso, oTiago Nacarato, a Bárbara Tinoco, temos tanta gente maravilhosa.
– Se tivesse apenas um lugar na sua equipa, quem iria escolher: Marisa Liz, António Zambujo ou Diogo Piçarra?
A todos! Fazia uma banda e virava a todos. Era impossível não virar. Admiro-os aos três e era impossível tirar um nome.
– É muito amiga de Marisa Liz e desta amizade nasceu o projeto Elas. Como define esta relação?
Há uma amizade que nos une e tenho uma admiração pela Marisa desde muito cedo. Eu já a ouvia em Dona Maria, ainda não era cantora, cresci a ouvi-la e a admirá-la, e fazer este disco com ela foi um dos bombons da minha vida. Gravámos o disco e com a entrada da COVID-19 tivemos de parar tudo. Mas sempre que conseguimos cantamos juntas.
– E como surgiu este projeto?
A nossa amizade começou nos Templários, estava eu a começar a minha carreira, e a Marisa já estava a iniciar os Amor Electro. Lembro-me que falámos horas e horas na casa de banho dos Templários e logo aí percebemos que tínhamos muitas coisas em comum. Entretanto, o tempo foi passando e há dois, três anos, a Marisa convida-me para jantar e pergunta-me o que é que eu achava de fazermos um trabalho juntas. Nessa altura disse-lhe que já tinha pensado nisso e que era a altura certa. E assim foi. tem sido um ano particularmente difícil para a indústria musical.
– De que forma a pandemia a afetou e aos que trabalham consigo?
Foi complicadíssimo. Eu tive fases completamente diferentes, de pensar que a pandemia ia acabar depressa, que íamos voltar ao normal mais cedo, depois percebi que não e fui-me mais abaixo, fiquei desmotivada por não ter noção quando é que poderia acabar. Era tudo incerto. Entretanto, fui ganhando força outra vez, porque isto não podia durar para sempre.
– Como se lida com a instabilidade?
Uma boa base à nossa volta. Bons amigos, uma família que nos dê segurança e que nos motive para ganharmos força para nos reerguer. No primeiro confinamento não conseguia fazer nada. Não tinha motivação para fazer nada e o que fiz foi falar com amigos e colegas de profissão. É muito importante, num momento destes, teres uma base muito sólida porque fechou tudo, não houve espetáculos, houve muita gente que ficou sem trabalho, a passar mal com tudo isto, e temos de ter atenção a todas estas coisas e tentar fazer o melhor possível e o que pudermos para voltar ao normal. Foi isso o mais importante para mim.
– Recorreu à família?
No primeiro confinamento agarrei nas minhas coisas e fui para a casa dos meus pais, no Algarve. Costumo dizer que isso foi das únicas coisas boas desta pandemia. Foi poder voltar a ter o tempo que perdi nos últimos dez anos com os meus pais.
– Houve quem lhe tivesse pedido auxílio?
Não diretamente. Soube de algumas situações e senti que devia ajudar como pudesse. O mais importante foi manter-me disponível, que ao mínimo sinal podiam pedir ajuda. Há muita gente que não tem noção de como isto foi devastador, sobretudo para equipas técnicas, que ficaram sem trabalho. Houve pessoas que tiveram de fazer outros trabalhos ou quem tinha um pé-de-meia acabou por gastá-lo todo.
– Já apanhou algum susto devido à COVID-19?
Sim, os meus pais tiveram COVID. Eu já estava em Lisboa e eles tiveram de ficar em isolamento no Algarve. Mas correu
tudo bem e tranquilo.
– Aos 34 anos sente-se uma mulher realizada?
Sim, faço aquilo que amo, tenho as melhores pessoas à minha volta e sou muito feliz, tanto pessoal como profissionalmente falando.
– O que falta concretizar a nível pessoal e profissional?
Gostava de fazer mais música e cantar durante muitos anos. O que mais quero no futuro é cantar até ser velhinha. A nível pessoal sinto-me bem e aprendi deste há uns tempos para cá que fazer planos para um futuro longínquo não faz sentido.
– O facto de ser conhecida faz com que os seus seguidores se mostrem curiosos sobre a sua vida privada. Isso incomoda-a?
No meio disto tudo e desta era digital, onde há pessoas que pensam que podem dizer tudo porque têm um ecrã à frente, eu tenho muita sorte, porque as pessoas me respeitam bastante. Ter este respeito do público e dos grupos de fãs é maravilhoso. Não tenho muitas queixas de invasão de privacidade, o que é uma sorte.
– Com a pandemia, o distanciamento foi uma das palavras de ordem. Mas apaixonou-se pelo Diogo Martins.
Ah, o meu coração está ótimo, e muito bem, a palpitar. Eu prefiro não falar sobre isso, mas estou bem e feliz.
Texto: Telma Santos (telma.santos@impala.pt); Fotos: Nuno Moreira e redes sociais
(artigo originalmente publicado na edição nº 1805 da TV 7 Dias)