“Eu tinha medo dele”: Bruno do “Big Brother” chora ao falar de relação com o pai

Bruno deu a conhecer o seu passado na Curva da Vida na gala do “Big Brother”. O concorrente falou da complicada relação com o pai. “Porquê que não gostas de mim?”, perguntou, em lágrimas.

15 Nov 2021 | 11:42
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Bruno foi o mais recente concorrente do “Big Brother” a expor a sua vida na Curva da Vida. O homem natural de Castelo Branco relembra os ataques de bullying que sofreu desde os 12 anos e que o obrigaram a mudar de escola. Bruno conta que estes ataques eram feitos de forma “extremamente agressiva”. “Era terror psicológico, fiquei completamente sozinho”.

Outra das grandes mágoas que o arquiteto carrega dentro de si é a relação que tem com o pai, que descreve como extremamente exigente, acusando-o de não o aceitar. “Eu tinha medo dele, da forma como ele me falava. Sentia que os pais dos meus amigos gostavam mais de mim do que o meu próprio pai, isso deixava-me completamente destroçado”.

“Pensei várias vezes em morrer!“

O estado de espírito e desorientação de Bruno levou-o a pensar, por diversas vezes, em colocar um fim na sua vida: “Pensei várias vezes em morrer!“. Foi aos 16 anos que Bruno começou a questionar a orientação sexual e, aos 18, viveu “dos piores dias” da sua vida com a morte da avô.

O que Bruno não sabia é que o pai estava em estúdio, a ouvir atentamente todas as palavras do filho, não escondendo a emoção. “Há muita coisa por dizer?”, pergunta Manuel Luís Goucha. “Da minha parte não, da parte dele gostava que um dia me conseguisse aceitar por quem eu sou”, responde Bruno, em lágrimas.

“Acho que faz mais sentido perguntar o que o meu pai aceita em mim”, acrescenta. Questionado sobre o que perguntaria ao pai, caso estivesse frente-a-frente com ele, Bruno não tem dúvidas: “Porquê que não gosta de mim?”.

“Nunca lhe faltou nada”

Após a conversa com Bruno, os apresentadores do reality show da TVI confrontaram o pai, Manuel Almeida.

Sinceramente, entendo [a inquietação], mas ao mesmo tempo, não entendo. Sempre dei tudo ao meu filho, nunca lhe faltou nada. Ele tem a tendência que é, mas nunca o proibiria“, começa por dizer. O progenitor confessa, em direto, que teve dificuldade em aceitar que o filho é homossexual.

Não sabia, soube através da mãe, mostrei o meu desgosto à mãe e não a ele. Ele assimilou, porque talvez achou que eu não ia gostar“, refere. “Nunca tive essa conversa com ele. Falta uma conversa, mas não é por mim, é por ele. (…) O meu filho quero tudo para ele, tenho que aceitar“, acrescenta.

Texto: Inês Borges; Fotos: DR

 

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