Eutanásia em Festa é Festa: José Carlos Pereira diz que “dever de médico é salvar vidas”

José Carlos Pereira reflete sobre a eutanásia, temática debatida em “Festa é Festa” com a sua personagem. Médico na ficção e na vida real, o ator diz que “o dever de um médico é salvar vidas”.

06 Nov 2021 | 9:03
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Na vida real, José Carlos Pereira é médico. Na novela “Festa é Festa”, também. É na trama da TVI que se vê confrontado com um caso de eutanásia, tema controverso que foi, na quinta-feira, 4 de novembro, a debate no Parlamento e cujas alterações à lei foram aprovadas. À TV 7 Dias, Zeca, como é carinhosamente tratado, abre o jogo sobre a morte medicamente assistida.

“Enquanto médico, não posso nem vou pronunciar-me quanto a isso. Em última instância, o dever de um médico é salvar vidas”, começa por dizer José Carlos Pereira. “Agora, é tudo uma opinião muito pessoal. Há médicos que são objetores de consciência e outros que são a favor”, prossegue.

Apesar de tudo, o ator acredita que “cada caso é um caso” e, por isso, avança com reservas: “Quando toca a nós, temos sempre tendência a ter outra perspetiva. Uma pessoa, para ter um desejo desses, é porque está realmente desesperada. O direito à vida é a liberdade de escolha, a verdade é essa. Mas, friso, em última instância, o dever de um médico é de salvar vidas e não de as exterminar”, termina.

 

José Carlos Pereira: “Não sigo uma religião em particular”

 

Em “Festa é Festa”, a personagem Sotôr, que José Carlos Pereira interpreta, cometeu eutanásia ao tirar a vida à mulher, vítima de cancro. Apanhado pelas autoridades, está impedido de exercer medicina. Acaba por se voltar para a espiritualidade e por regressar à fictícia Aldeia da Bela Vida, onde decorre a ação, na pele de Guru. Para se preparar para esta figura, o ator foi buscar informação “a amigos que seguem estritamente” esta filosofia.

Não foi, ainda assim, o primeiro contacto de Zeca com o budismo. “Já tinha, há uns anos, um contacto bem mais próximo através de uma colega de trabalho, também atriz. Fazíamos umas sessões de budismo e cantávamos umas mantras. Era engraçado. Eu não sigo uma religião em particular, mas tenho as minhas crenças e acho que esta é, talvez, aquela com que mais me identifico”, termina.

 

Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Arquivo Impala, Divulgação TVI e reprodução redes sociais
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