TV 7 Dias – Como é que estão a viver a preparação do casamento?
Joana Schreyer (JS) – Está a ser engraçado. Se bem que, como ainda temos muito tempo até ao casamento, ainda não sinto bem que está próximo. É um pouco estranho porque, embora estejamos a preparar tudo, ainda não me sinto emocionada.
Ricardo Pereira (RP) – Eu, por natureza, sou muito nervoso (risos). Ainda falta meio ano e já estou cheio de nervos. Queremos que o dia seja exatamente como estamos a imaginar e estamos sempre a pensar no que é que pode correr mal ou se devemos alterar algo.
Qual dos dois é o mais preocupado com os pormenores?
JS – Acho que sou eu, mas também sou mais calma. Estou sempre com ideias, às vezes um bocado mirabolantes.
Mirabolantes em que sentido?
JS – Não gosto, por exemplo, do barulho dos talheres nos copos, acho super irritante, então penso em fazer coisas para que as pessoas não se lembrem de o fazer. Também não gosto da parte em que atiram arroz aos noivos, então tentamos arranjar uma solução.
E para o Ricardo, tem sido mais tranquilo?
RP – Sim, porque confio bastante no gosto da Joana, e porque quero que ela tenha o dia dela. Eu ambiento-me bem a tudo e sei que o que ela escolher vai ser o melhor para os dois. Há uma ou outra coisa que batalhei mais, por exemplo a quinta ou os convites. Eu vou muito pelas pessoas, às vezes nem tanto pela qualidade do serviço mas pela empatia ou pela energia que sentimos.
Qual foi a quinta escolhida?
JS – Foi a Casa de Anciães, em Felgueiras. Sempre tive o sonho de casar no norte.
RP – Estivemos quase uma semana, todos os dias, a ver quintas de manhã à noite. Conhecemos muitas quintas, muitas pessoas. Nesta, apaixonámo-nos por completo pelo espaço.
Tiveram alguma ajuda?
JS – Tivemos várias ajudas. Os convites foram feitos pela “Casa Stop”, que nos ajudaram a fazer tudo ao pormenor para representar o que queremos que as pessoas sintam quando são convidadas. E o meu vestido está a ser feito pela Micaela Oliveira, a ser construído mesmo no meu corpo.
RP – Temos tido muita sorte com as pessoas que têm trabalhado connosco. Vamos ter uma equipa de fotografia e vídeo, os “The Gentlemen”, que são especializados em casamentos. A entrada da Joana no casamento será feita num carro clássico, de uma empresa chamada “Classic Cars”. Temos também a ajuda das meninas da “Pour Toujurs”. Se temos tido planeado tudo ao mínimo detalhe tem sido graças a elas. Além disso, a animação do evento e tudo o relacionado com os audiovisuais estará a cargo da Ana Morina.
Que surpresas nos podem adiantar?
RP – Podemos adiantar que haverá uma surpresa na entrada, tanto na minha como na da Joana. Estamos a tentar fazer algo mais fora da caixa, um bocadinho diferente.
JS – Vou entrar num clássico, mesmo à Princesa Diana.
De convidados conhecidos, quem é que estará presente?
JS – Rúben e Tatiana (Boa Nova), Ana Barbosa, Zé Lopes. Fizemos questão de convidar os apresentadores da nossa edição, Manuel Luís Goucha, Cláudio Ramos e Cristina Ferreira, que fizeram parte da nossa história. Tivemos de fazer uma seleção de pessoas, porque não poderíamos convidar todos, mas são à volta de 20 ex-concorrentes.
Quem é que nunca convidariam?
JS – Assim de caras, uma pessoa que não convidaria era o Nuno Homem de Sá. Gosto muito da Frederica mas acho que os ideais dele não combinam com os nossos.
Há alguma pessoa que gostavam que estivesse presente mas que não estará?
RP – Sim… convidámos o “Big” mas sabemos que será difícil. Fizemos questão de deixar um convite ao Big Brother. Percebemos que ele não possa ir, mas gostávamos mesmo que estivesse presente, porque foi das pessoas que mais ajudou no início da nossa relação.
JS – Sempre sonhei em ter o meu avô a levar-me ao altar, infelizmente não vai acontecer porque já não está entre nós.
A vossa relação começou num reality show… já imaginaram como seria se nunca tivessem concorrido?
JS – Não consigo imaginar. Provavelmente estaria com o meu negócio e o Ricardo continuaria na aviação.
RP – Continuaria na aviação, solteiro de certeza, mas não consigo imaginar. Comentei recentemente com a Joana que já nem imagino a minha vida sem ela.
Sente falta da aviação?
RP – A aviação é uma área muito gira, muito engraçada. Mas, a meu ver, é incompatível com uma relação. Foi muito giro naqueles três anos, naquela fase da minha vida, mas agora não faria sentido.
O que é que acrescentam um ao outro?
JS – O Ricardo ainda ontem disse-me: “Desde que te tenho passei a ter meias em condições” (risos).
RP – Uma coisa boa que a Joana me acrescentou é essa… agora tenho sempre as minhas meias e os meus boxers organizados. Nós passamos muito tempo juntos, vivemos juntos, trabalhamos juntos e temos conseguido manter uma relação bastante saudável. Vamos brincando, vamos lidando um com o outro, às vezes com um arrufo ou outro mas nada de grave.
Há dias em que precisam de estar separados?
JS – Às vezes o Ricardo precisa de passar um dia com os amigos dele, às vezes vou eu com as minhas amigas. Claro que temos sempre a tendência de descarregar um pouco um no outro, como passamos muito tempo juntos, mas o facto de sabermos conversar e brincar um com o outro ajuda a manter as coisas bem.
RP – Começamos a namorar num dia 23. E todos os meses tentamos fazer algo nesse dia, nem que seja ir jantar fora, passar a noite fora, encomendar comida e ir comer na praia.
O Ricardo tem dois filhos… como é que estão a lidar com o casamento?
RP – O Francisco, o meu filho mais velho, que tem agora 13 anos, está naquela fase em que não liga a nada. Este tipo de coisas passam-lhe ao lado. O Martim, que tem nove anos, quer saber do casamento mas não demonstra nenhuma excitação.
Como é que eles olham para a Joana?
JS – Temos uma relação boa, damo-nos muito bem, eles não olham para mim como uma madrasta ou como uma mãe. Olham para mim como uma amiga, que é o que eu quero.
Gostavam de ter um filho os dois?
RP – Adoramos crianças. Mas, por experiência própria, sei que as coisas devem ser feitas de determinada forma. Vamos casar, abrir o nosso negócio no próximo ano, queremos ter um espaço com mais condições, e só depois pensaremos nessa possibilidade.
JS – Tenho tido muita pressão nesse aspeto, principalmente nas redes sociais. Sempre que abro uma “caixinha de perguntas” recebo milhares de mensagens a perguntar por filhos e maternidade. Sei que as pessoas não fazem por mal, mas nem toda a gente tem de querer ou sonhar ser mãe. O Ricardo tem dois filhos, e ele também não sente a necessidade de ser novamente pai. Se acontecer, aconteceu, mas não faz sentido nesta fase.
Alguma vez sentiram algum preconceito por terem participado neste género de programas?
JS – Desde que saímos do Big Brother tentámos sempre trabalhar por conta própria, por isso nunca precisámos de procurar outros trabalhos. Mas temos a noção de que existe no meio profissional. Ainda cheguei a ir a uma entrevista de trabalho e lembro-me de que, quando a pessoa me reconheceu, houve um entrave. Mas é mais chato para quem realmente necessita, e esperamos que os nossos negócios prosperem, porque em Portugal ainda há imenso preconceito.
RP – Sinto muito julgamento na relação, ainda recebemos muitos comentários na internet, as pessoas inicialmente achavam que a nossa relação era jogo.
Como é que lidam com as críticas nas redes sociais?
JS – Quanto à minha experiência, acho que as pessoas usam a internet para descarregar as suas fúrias e raivas. Como estamos mais expostos acabamos por levar com isso. Geralmente bloqueio os comentários negativos. Não tenho paciência para pessoas mal formadas. É como faço na minha vida, quem me faz mal digo adeus.
RP – Gosto de corrigir o português (risos). As redes sociais têm uma panóplia de pessoas que sabem julgar, sabem criticar mas não sabem escrever, então divirto-me a corrigir.
Acaba por desmistificar a ideia também de que as pessoas dos reality shows são pouco inteligentes…
RP – Sim, há muito essa ideia. Recebemos muito o feedback que a nossa edição do Big Brother foi a que teve um conjunto de pessoas com maior cultura geral, mas há sempre esse preconceito.
JS – Eu geralmente bloqueio os comentários mas o Ricardo gosta de brincar, e às vezes até acaba por reverter a ideia que as pessoas têm de nós, começam a ver-nos mais como divertidos.
Como é que imaginam a vossa vida daqui a 10 anos?
JS – Já fiz tantos planos ao longo da vida que, neste momento, prefiro não imaginar.
RP – É muito difícil de imaginar como será daqui a dez. A vida não dá voltas, a vida capota. Sei que estamos a fazer de tudo para nos sentirmos realizados, mas mesmo que não tenhamos tudo aquilo que queremos, espero que tenhamos tudo aquilo que precisamos para sermos felizes.