Rui Porto Nunes esteve em Figueiró dos Vinhos dias antes do grande incêndio e está chocado com a dimensão da tragédia. Antes do concerto solidário “Juntos por Todos”, o ator contou-nos em exclusivo que esteve a gravar uma curta-metragem no local dias antes daquele que foi o incêndio florestal mais mortífero em Portugal.
A proporções que o incêndio tomou levaram toda a equipa desta curta-metragem a repensar o final do projeto que já estava gravado.
“Estive em Figueiró dos Vinhos uma semana antes de tudo acontecer a gravar uma curta-metragem. Portanto, devo ter sido das últimas pessoas e infelizmente ou felizmente temos as últimas imagens ainda de tudo verde. Conheci aquela gente, conheci aquela terra e é por isso que aqui estou”, contou.
O ator revelou que vai voltar para gravar um final alternativo para a curta-metragem. “Vou voltar porque vamos decidir dar um final diferente à curta-metragem que estivemos a fazer…”, contou, olhando para o chão com tristeza.
Naquele dia, quisemos saber que reação teve depois de ver as imagens: “Eu ainda não vi mas vai ser um choque muito grande”.
“O dia da exaltação” é o nome da curta-metragem que terá assim um final diferente dados os últimos acontecimentos naquela terra. A estreia, que estava prevista para altura do São João, foi cancelada para ter um final alternativo e homenagear “as vítimas e toda aquela região do país”.
O incêndio em Pedrógão Grande que deflagrou no dia 17 de junho, e foi dado como extinto apenas no sábado seguinte, provocou 64 mortos, mais de 200 feridos e devastou vários concelhos.
A tragédia atingiu os concelhos de Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, chegou aos distritos de Castelo Branco, passando pela Sertã e pela Pampilhosa da Serra.
A estrada nacional 236-1 tornou-se conhecida pela “estrada da morte”, lá 47 pessoas perderam a vida presas entre as chamas.