Fernando Pereira foi alvo de tiroteio: «Fiquei sem reação, a ver o sangue»

Fernando Pereira recorda, em conversa com Fátima Lopes, o tiro de que foi alvo por parte da PIDE e a morte dos pais. A nova paixão, já depois dos 50 anos, também não escapou aos temas da entrevista.

14 Set 2019 | 17:50
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Fernando Pereira, ex-jurado d’A Tua Cara Não Me É Estranha, abriu o coração numa entrevista intimista concedida a Fátima Lopes para o programa Conta-me Como És, da TVI, este sábado, dia 14 de setembro. O artista recordou o tiroteio que o deixou ferido, os anos de glória da sua vida profissional e ainda outros momentos marcantes que não poderiam ficar esquecidos.

Desde pequeno que esteve ligado ao mundo da música, altura em que percebeu o dom da sua voz: «Na minha família, os meus pais, os meus primos, toda a gente cantava. Nasci no seio de uma família ligada à arte  e à musica», revelou a Fátima Lopes, explicando que «tem uma capacidade incrível [de imitação] que não sabe explicar como e porquê».

Já durante a adolescência, viveu momentos que o marcaram para o resto da vida. Levou um tirou e chegou a ser preso pela PIDE – Polícia Internacional e de Defesa do Estado – na altura do 25 de abril. «Íamos para as aulas e, de repente, a escola estava fechada. Houve um momento, um grupo de jovens, que gritava ‘viva à liberdade’.. A PIDE colocou-se à janela e levei um tiro num braço. Fiquei sem reação, a ver o sangue, e foi este meu amigo [José Martins, amigo de infância] que me salvou a vida», recordou.

Fernando foi para o Hospital de São José, em Lisboa, mas quando saiu tinha alguém à sua espera. «Era um agente da PIDE. Fiquei preso», acrescentou, recordando ainda que chegou a levar «alguns tabefes».

«Tudo o que fiz na vida foi sempre tudo muito sofrido. Eu tive, graças a Deus… Aliás, tenho uma vida de sucesso, mas ao mesmo tempo muito sofrida, de muito suor, de muita pancada», continuou.

 

A morte dos pais

 

Além da vida profissional, Fernando Pereira é também um «homem de sucesso» como filho, pai e homem. Em conversa com Fátima Lopes, falou das saudades que sente dos progenitores e revela como é o Fernando como pai.

«Eu adoro a minha família. Tenho uma memória de gratidão, de mimo. Os meus pais sempre fizeram de tudo para que nunca nada nos faltasse. Sempre respeitaram as nossa decisões. A minha mãe partiu no Dia dos Namorados e foi ter com ele [pai], presumo euQuando perdes um dos pais ficas sem chão, quando perdes o outro ficas sem teto. É um sentimento de vazio e tu sente que entre ti e o criador já não existe mais ninguém. Sinto que de alguma forma, apesar de não estarem fisicamente, estão nesta conexão espiritual.  Nós somos energia e seres espirituais, isso não tenho duvida nenhuma».

Já no papel de pai, Fernando mostra-se um homem orgulhoso. «Os meus filhos nunca disseram que eram filhos do Fernando Pereira. Foram educados, desde criança, a ouvir que o nome do pai não interessa para nada. Apenas eles. Eles são a minha vida. Tudo aquilo que eu podia, de alguma forma, transmitir de valor, de ética, de amor ao próximo, seja ele quem for e como for. Somos, apesar de tudo, amigos e companheiros».

 

O novo amor aos 50 anos

 

Ao longo da conversa, Fátima leu uma carta de amor de São, a atual companheira de Fernando, depois de lhe ter mostrado um objeto antigo, um microfone, guardado pela ex-mulher.

O artista emocionou-se com as palavras de afeto e confessou: «Sempre tive, obviamente, os meus relacionamentos mas nunca pensei, aos 50 e tal anos, em me apaixonar novamente. Quando as pessoas pensas que deixamos de nos apaixonar porque envelhecemos, é exatamente ao contrário, nós envelhecemos quando deixamos de nos apaixonar».

 

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Texto: Márcia Alves | Fotografias: reprodução redes sociais
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