Em “Festa é Festa”, Florinda (Ana Brito e Cunha) conta a Carlos (Rodrigo Paganelli) que encontrou Albino (Pedro Alves) lá em casa, depois de ter saído em prisão domiciliária. O filho fica surpreendido e pergunta à mãe o que ele foi lá fazer. Florinda diz que ele foi só buscar roupa e não esconde a tristeza que sente. Carlos também fica frustrado e estranha que o pai tenha ido a casa só para ir buscar roupa e que não tenha dito mais nada. Florinda diz que ele falou muito mas que não se percebe nada. Falou em estar de volta à aldeia, à política, mas não a casa. Carlos pergunta-lhe se ele continua a insistir no divórcio e Florinda respira fundo.
O jovem estranha que o pai não tenha dito mais nada e a mãe diz-lhe: “Tantos anos depois, já não devias espantar-te, filho. Cresceste com os disparates do teu pai. Desde gaiato que lidas com as bizarrias dele.” Carlos percebe que Florinda tem vontade de chorar e reconforta-a. “Tu tens muitas perguntas, eu entendo. Eu, como mulher, também, Carlinhos. Mas pouco ou nada sei. E nem sei o que é que ainda faço com esta aliança no dedo… Eu merecia mais, filho”, afirma e empregada de Corcovada (Maria do Céu Guerra). O filho faz festinhas no cabelo da mãe, que se deixa ali estar, recebendo aquele conforto. “Foste o melhor que saiu deste casamento. O melhor”, diz-lhe a mãe.
No dia seguinte, Florinda está a beber café, preocupada por não ter pregado olho. Assusta-se ao ver o marido a dormir no sofá. Acorda-o e pergunta: “O que é que estás aqui a fazer, que me ias matando do coração outra vez?” O presidente diz que veio entregar uma coisa e acabou por adormecer. Florinda fica a olhar para o saco que ele trouxe. Bino entrega o saco de musgo à mulher e ela emociona-se. “Há mais de vinte anos que eu vou buscar o musgo, este ano não havia de ser diferente…”, afirma Bino. Ficam ambos a olhar-se nos olhos, e a chorarem comedidamente, sem dizerem o que quer que seja. Limpam as lágrimas e ficam a olhar-se fixamente. A empregada de Corcovada agradece o musgo, mas diz que não era preciso, pois Carlos já tinha tratado disso. “Fizeste um bom trabalho como pai, Bino. Podes estar orgulhoso. E ficar descansado. Que mesmo que um dia não possas, o teu filho aprendeu contigo”, revela a mulher, desatando a chorar. Ele comove-se também e carinhosamente diz-lhe: “Ó Nina…”. Os dois abraçam-se, muito comovidos, num belo momento de reconciliação.
Texto: Neuza Silva (neuza.silva@impala.pt); Fotos: Divulgação TVI
