«O meu pai é uma fufa». Filho de José Castelo Branco assume que o pai «gosta de homens»

Na sua primeira entrevista, o filho de José Castelo Branco revelou o que sofreu na infância e adolescência por causa da excentricidade do pai. E afirma que o socialite «gosta de homens».

21 Mai 2020 | 14:35
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O filho de José Castelo Branco concedeu, esta quinta-feira, 21 de maio, a sua primeira entrevista. Guilherme Castelo Branco Vieira, de 31 anos, escolher Cristina Ferreira para falar sobre o que passou para conseguir compreender a maneira de ser do pai. Além disso, contou o que o marchand d’art lhe ensinou acerca da vida e abordou a relação de amizade que ambos mantêm.

«O meu pai tem várias personagens, por assim dizer. Ao longo do tempo, a personagem foi mudando», começou por dizer, voltando atrás no tempo e recordando, de seguida, a infância. Guilherme Vieira conta à apresentadora d’O Programa da Cristina que não tem recordação dos pais juntos, já que estes se separaram quando ainda não tinha dois anos. Durante meses, a então criança não teve qualquer contacto com o pai, o que tornou o momento do reencontro «muito emotivo».

«A memória mais forte que tenho é de quando ele me foi visitar a Almeirim, depois de a minha mãe ter saído de casa. Recordo-me de sentir muitas saudades do meu pai, de não saber se o voltava a ver e de o reencontrar. […] Os meus pais não estavam muito amigos do início. Só via o meu pai de 15 em 15 dias, mas, com o tempo, a relação deles foi melhorando e eu comecei a passar mais tempo com ele. Nessa altura, a minha mãe se calhar tentava proteger-me um bocado porque estava chateada com ele… Conforme foi a relação melhorando, ela já começou a permitir estarmos juntos e a perceber que era uma relação boa para mim», contou.

 

«Ele tem aquele jeito mais feminino, mas gosta de homens»

 

Guilherme Castelo Branco Vieira confessou ainda que nunca sentiu que algo de estranho se passava com o pai e que a relação dos dois sempre foi bastante tranquila. A maneira de ser excêntrica de José Castelo Branco era uma normalidade na vida da família. O problema surgia quando Guilherme chegava à escola e os colegas faziam piadas e gozavam com o pai.

«Ele era um homem muito certinho, sempre de blazer, muito bem vestido. Depois fazia coisas que eu achava um bocado estranhas. Punha base na cara e eu não percebia porque é que ele punha aquilo. Era estranho porque eu não via os outros pais fazerem o mesmo, mas ele lidou com tanta normalidade com aquilo que eu ao longo dos anos fui aceitando essa normalidade. Obviamente, quando chega a fase da adolescência, há ali uma confusão porque aquilo era normal para mim mas para os outros não», desabafou, explicando que «bastava um miúdo ter ranho no nariz que já estava a gozar». «Agora imagina um pai com gloss e base. Obviamente que os miúdos vão ser mauzinhos», constatou.

Ao longo da infância e adolescência, Guilherme lidou com bastantes críticas e situações desagradáveis. No matutino da SIC, revelou que nunca se sentiu triste com isso. O sentimento era mais de revolta. «Ao longo do meu crescimento eu não percebi o que o meu pai era. Ele foi-me explicando. Eu hoje em dia compreendo que o meu pai, como ele diz, é uma fufa. Ou seja, ele gosta de se vestir de mulher, adora a estética das mulheres, tem aquele jeito mais feminino, mas gosta de homens. Quando eu era pequenino, houve aquela fase em que diziam que o meu pai era gay e, como eu não conseguia encaixar isto, ficava revoltado. Sentia que tinha que defender o nome dele», afirmou.

«Claro que houve um momento ou outro em que me fui abaixo. Questionava-me: ‘Porque é que tenho de lidar com isto, se os outros não têm?’. Não havia forma de eu ter vergonha. Eu sentia era revolta: ‘Porque é que eles ofendem se nem conhecem a pessoa?’», questionava-se.

 

«Fiquei dois meses sem falar com o meu pai»

 

Guilherme falou ainda sobre a primeira vez em que viu José Castelo Branco vestido de mulher. Altura em que deixou de falar com o pai durante dois meses. «O primeiro impacto que ele teve quando apareceu a primeira vez vestido de mulher foi eu ficar chateado com ele. Não por ele estar vestido de mulher, mas porque aquilo ia ter repercussões para mim. No dia a seguir, quando fui à escola, eu já sabia que os miúdos iam gozar comigo. Nessa altura fiquei dois meses sem falar com ele».

Apesar dos momentos menos bons que passou, por as pessoas não compreenderem a maneira de ser do pai, Guilherme diz que este «escondeu um bocado a maneira de ser para o proteger». Em 2004, altura em que José Castelo Branco participou no programa da TVI Quinta das Celebridades, as pessoas começaram a aproximar-se do então adolescente por interesse: «As pessoas começaram a mudar comigo. Já não gozavam. As pessoas aproximavam-se por eu ser filho de uma pessoa famosa».

Antes de terminar a conversa com Cristina Ferreira, Guilherme Vieira disse que o único desejo que tem é que «as pessoas compreendessem» o lado do pai. Ainda assim, admitiu saber que «vai haver pessoas que nunca vão compreender». «Aprendi a lidar com isso», admitiu. «Isto deu-me muita força para hoje ser quem sou. Hoje tenho um poder de encaixe muito maior do que a maior parte das pessoas… Acho que isso é muito positivo na minha vida pessoal e profissional», confessou.

Cristina Ferreira quis ainda saber se Guilherme e o pai alguma vez tiveram uma conversa séria sobre tudo o que passaram. «Não é preciso uma conversa sobre isto. As atitudes, a forma como ele me ajuda com os meus problemas e a forma como eu o ajudo nos dele, a forma como somos amigos um do outro diz tudo… Não precisamos de falar das coisas diretamente. Ele sabe o que eu passei e eu sei o que ele passou e ajudou-nos a crescer. O meu pai mostrou-me que devemos lutar e não devemos esconder o que somos», terminou.

 

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Texto: Inês Marques Fernandes; Fotografias: Arquivo Impala e reprodução redes sociais

 

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