É oficial: o príncipe Harry de Inglaterra e a mulher, Meghan Markle, vão deixar de usar os títulos nobiliárquicos de duque e duquesa de Sussex. A decisão foi anunciada pelo Palácio de Buckingham, a residência oficial da rainha Isabel II, no final da tarde deste sábado, 18 de janeiro.
Segundo a missiva enviada à Comunicação Social, o filho mais novo de Carlos e Diana e a mulher «não vão usar os títulos reais pois deixam de ser membros ativos da família real», frisando que o casal é «grato a Sua Majestade e à família real pelo seu apoio contínuo enquanto embarcam no próximo capítulo de suas vidas».
«Conforme acordado neste novo compromisso», os até agora duques de Sussex «compreendem que precisam de renunciar aos deveres reais, incluindo compromissos oficiais».
A decisão é também drástica a nível financeiro, indo ao encontro da vontade de Harry e Meghan de serem «financeiramente independentes», como anunciaram há dez dias, num comunicado em que surpreenderam ao informar que abdicam dos deveres reais. «Não vão receber mais fundos públicos para os deveres reais», informa agora o Palácio de Buckingham.
Harry e Meghan querem devolver 2,7 milhões de euros
E mais: «O duque e a duquesa de Sussex partilharam o seu desejo de reembolsar as despesas do Sovereign Grant para a reforma de Frogmore Cottage, que permanecerá casa da família no Reino Unido.» Sovereign Grant é um fundo de financiamento a partir do qual são pagos os salários dos funcionários da rainha, a manutenção dos palácios e os deveres oficiais, incluindo as viagens. Foi daqui – do dinheiro dos contribuintes, leia-se – que foram tirados 2,7 milhões de euros para uma profunda reforma à propriedade do casal.
Ainda assim, e «com a bênção da rainha, os Sussex continuarão a manter os seus patrocínios e associações particulares. Embora não possam mais representar formalmente a Rainha, os Sussex deixaram claro que em tudo o que fizerem continuarão a defender os valores de Sua Majestade», garante o palácio na mesma nota.
Por esclarecer ficam as despesas associadas à segurança do casal, cuja vida será agora passada entre o Reino Unido e o Canadá. «O Palácio de Buckingham não comenta os detalhes dos acordos de segurança. Existem processos independentes bem estabelecidos para determinar a necessidade de segurança com financiamento público», diz apenas a Casa Real britânica.
O comunicado termina dando conta de que este «novo modelo entrará em vigor na primavera de 2020».
«Serão sempre muito amados por todos os membros da família real»
Praticamente ao mesmo tempo, era divulgado um outro comunicado, desta vez com palavras da rainha Isabel II, que se diz «satisfeita» pela descoberta de «uma saída construtiva» para o seu neto e a sua família. A decisão, diz a monarca, surge «no seguimento de vários meses de conversações e discussões».
«Reconheço os desafios que eles tiveram como resultado de um grande escrutínio nos últimos dois anos e apoio o seu desejo de seguirem uma vida independente», salienta ainda Isabel II. «Quero agradecer-lhes pela dedicação que tiveram por este país e pelos países membros da Commonwealth e estou particularmente orgulhosa pela forma como a Meghan se tornou tão rapidamente num dos membros da família real.»
Meghan Markle é novamente referenciada na nota da rainha quando esta afirma, em jeito de garantia e de forma a serenar as notícias que têm vindo a público de uma suposta guerra no seio da família real, que «Harry, Meghan e Archie serão sempre muito amados por todos os membros da família real».
«É desejo de toda a minha família que o acordo hoje alcançado lhes permita começar uma nova vida feliz e mais calma», remata a rainha Isabel II.