Abel Fragoso, o homem acusado do atropelamento mortal da irmã de Yannick Djaló, Açucena Patrícia, nas Festas da Moita, em setembro de 2018, foi condenado a 16 anos de prisão. O jogador de futebol vai receber uma indemnização que ronda os 80 mil euros pela morte da irmã.
Nas alegações finais do julgamento, em novembro do ano passado, a procuradora do Ministério Público (MP) Fernanda Matias defendia que o arguido deveria ser condenado a 12 anos de prisão por homicídio simples e 11 homicídios na forma simples tentada (tentativas de homicídio), além de uma pena acessória de inibição de conduzir por três anos.
Arguido apresentou «três versões» diferentes
Foi a 15 de setembro de 2018 que Abel Fragoso embateu com o carro num grupo de seis pessoas, numa rua fechada ao trânsito, nas Festas da Nossa Senhora da Boa Viagem, na Moita (Setúbal). Desse incidente resultou a morte de Açucena Patrícia e o ferimento de outras cinco pessoas, que necessitaram de receber tratamento hospitalar.
No julgamento, que teve início a 14 de outubro, contou com a apresentação de «três versões» por parte do arguido. Contudo, o MP considerou que a declaração com «mais credibilidade» foi a dada no primeiro interrogatório. A razão apresentada foi o facto dessa ser «mais espontânea e sem interferência de terceiros.»
Nesse primeiro interrogatório, o arguido admitiu que perdeu a cabeça depois de ter sido «agredido muitas vezes». No entento, a versão mudou no julgamento, assumindo a «falta de experiência» como a causa do incidente. Abel Fragoso tinha a carta de condução há apenas dois meses.
Segundo o MP, os testemunhos das vítimas neste incidente comprovaram os factos da acusação. «O percurso feito pelo veículo» na rua fechada ao trânsito ficou confirmado, assim como a briga em que Abel Fragoso esteve envolvido, momentos antes, no local do atropelamento, na Travessa do Açougue.
A existência de areia no pavimento do recinto, devido à largada de touros, foi uma das razões apontadas pela defesa do arguido, para a perda de controlo da viatura. No entanto, a procuradora referiu a inexistência dessa informação, afirmando que «não consta qualquer referência sobre a existência de areia no pavimento».
Texto: Joana Ferreira com Lusa