O caso de violência doméstica entre Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho conheceu hoje novos contornos. A TVI revelou, no ‘Jornal das 8’, novas imagens das alegadas agressões físicas e verbais entre o político e a apresentadora. Estas imagens serviram mesmo para a condenação de Manuel Maria Carrilho, avança a reportagem de Ana Leal.
Nas gravações apresentadas, feitas com recurso a um telemóvel da apresentadora, cerca de sete meses depois da separação do casal, é possível assistir a vários momentos de tensão entre os dois.
«Tudo o que me roubaste, tens oito dias para me entregar tudo o que roubaste», afirma Carrilho num tom agressivo.
Nas gravações feitas a 7 maio de 2014 é possível ver a chegada de Carrilho a casa de Bárbara Guimarães, para entregar as crianças que tinham estado em casa do pai. Carrilho rejeita então entregar os filhos a outra pessoa que não Bárbara, rejeitando o pedido de uma amiga da apresentadora e afirmando «Não sei quem você é. Suma-se!». A mãe das crianças aparece então à porta e diz aos meninos para entrarem em casa, mas nem assim Manuel Maria Carrilho aceita entregar as mesmas, chegando a afirmar que a ex-mulher deveria «ter vergonha».
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Volvidos sete dias, Manuel Maria Carrilho, volta a ser filmado com recurso ao telemóvel e também de uma câmara de segurança colocada acima da porta de entrada de casa da estrelada SIC, no momento da entrega das crianças em casa de Bárbara Guimarães.
Desta vez, é o padrinho de Carlota que vai a porta receber as crianças. O ex-ministro rejeita entregar os filhos ao parente e força a entrada na casa de Bárbara.
A mulher rejeita de pronto a permanência do ex-marido, que volta a sair da residência. «Chega de fitas, pensa nas crianças», afirma o ex-marido ao mesmo tempo que não deixa que a filha vá para o chão (embora esta o peça), afirmando: «Vais para o chão quando a mãe vier buscar-te». A apresentadora apelou então serenidade ao ex-marido: «Olha o que estás a fazer aos meninos», mas Manuel Maria Carrilho minimizou a sua atitude, respondendo «Estou a fazer amor aos meus filhos». Relutantemente, Carrilho entregou então a filha mais nova à mãe.
Segundo o acórdão do Tribunal da relação, Manuel Maria Carrilho mostra uma enorme indiferença para com a integridade física e psicológica dos filhos, sendo agressivo, hostil e violento na presença das crianças, acabando por colocá-las também como vítimas de violência doméstica, uma vez que assistiram a todos estes momentos de confrontação entre os pais.
No dia 21 de Maio, alega o ex-ministro da cultura, Dinis liga de madrugada para o pai dizendo que está sozinho em casa com a irmã. O pai das crianças dirige-se então a casa da ex-mulher e liga para o 112, afirmando que a mãe teria abandonado os filhos. Porém, Bárbara estava em casa e a dormir no sótão, como comprova a gravação para o número de emergência.
Carrilho acabou mesmo por agredir a ex-mulher mas acabou sendo expulso de casa pelo então namorado da apresentadora, Kiki Neves.
Durante a semana seguinte, Carrilho dá entrevistas afirmando que a mãe das crianças tinha abandonado as crianças, o que leva a que Bárbara Guimarães fosse constituída arguida pelo Ministério Público. Contudo, o processo acabou arquivado com as provas que agora se tornaram públicas.
Felipa Garnel, ex-directora da revista Lux, revelou a proximidade entre o ex-ministro e alguns jornalistas, afirmando que este combinava fotos com os filhos, estipulando horários meticulosos. Na imprensa, o ex-ministro revelava que a apresentadora tinha problemas com o álcool e que inclusivamente foi vítima de uma tentativa de violação por parte do padrasto, afirmações que acabaram refutadas e pelas quais o ex-ministro foi condenado por difamação.
Filho também foi vítima de agressão
Dinis, de 14 anos, foi chamado várias vezes a depor em tribunal, tendo sempre mostrado uma grande proximidade para com o pai. Segundo o mesmo acórdão, Dinis é visto como um «menor arrastado» para o problema criado pelos pais e é uma vítima de violência psicológica.
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Contudo, a violência para com o adolescente passou mesmo para o lado físico e, a 28 de novembro de 2018, o filho de ambos foi jantar a casa de Bárbara. Consigo levava um cheque do pai e uma procuração para ser assinada pela mãe, algo que foi rejeitado pela progenitora. Quando regressou a casa do pai, foi esbofeteado por não ter conseguido fazer o que o Manuel Maria Carrilho lhe teria pedido.
Carrilho foi a casa de Bárbara, violando a ordem do tribunal, para tentar falar com Dinis. O filho já terá sido ouvido no DCIAP sobre a queixa apresentada mas, e até ao momento, Carrilho tem negado as agressões ao adolescente.
Carrilho tem acumulado derrotas
Em tribunal, o ex-ministro tem sido fustigado com várias derrotas nos processos em que tem sido acusado, tendo já apelado recurso em algumas das decisões judiciais.