Continua a dar que falar a surpreendente e precoce morte de Ana Afonso que morreu com apenas 47 anos. Multiplicam-se as homenagens à atriz e modelo e duas delas estão carregadas de emoção, até pela proximidade das pessoas a Ana Afonso. Falamos dos irmãos Patrícia Cipriano e Zé Manel, que recorreram às redes sociais para abordar a morte da amiga.
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Patrícia Cipriano, antiga comentadora do Dois às 10, homenageia também Bruno, um modelo que faleceu recentemente. “Morreram duas pessoas jovens, duas almas cheias de sonhos desfeitos por um país que não preza os seus talentos e, no limite, os esquece. Eram ambos visita de casa da minha mãe e mais tarde da do meu irmão, de quem eram melhores amigos”, começa por escrever.
“A Anita era frágil”
“A Anita era frágil, de uma beleza natural que causava tremores nos homens e muita inveja nalgumas mulheres. Mas, acima de tudo, era um excelente ser humano, uma menina sem maldade que, por via disso, nunca se defendeu ou protegeu para enfrentar um mundo que de fadas nada tem. E ela era uma fadinha. Foi namorada do meu irmão. A morte dos dois representa, assim, a morte do sonho de muitos como eles”, prossegue. “Hoje senti que por trás de muitas portas de pessoas que conhecemos bem, se escondem tristezas e angústias insuportáveis, que a vida não mais consegue absorver”, refere.
“O que mais me entristece é dizer que não me surpreende”
Zé Manel, irmão de Patrícia Cipriano, também falou da morte da amiga. “Morreu-me a minha Anita. E o que mais me entristece é dizer que não me surpreende. Estamos doentes. Somos doentes. Enquanto sociedade há muito perdemos o rumo. O que nos move, afinal? Qual o nosso propósito enquanto espécie?”, questiona.
“Nunca a merecemos”
“Falámos anteontem. A Ana ia ser professora de moda no projeto social que coordeno. A Ana só queria ser vista, gostada e entendida. Claro que nem sempre bem se sucedeu. O mundo não está feito para quem sente demais. Para quem se lança sem rede nos braços de tão vil e julgadora plateia. Agora, os mesmos que de si fizeram conversa de café, pasmam-se com a sua partida. Nunca a merecemos. Estou certo será sempre melhor acolhida noutro plano que nos olhe além da vista. A mim, vai fazer-me falta. Sempre nos amámos. Como só as almas fazem. Desculpa se não soube driblar as entrelinhas. Andamos todos demasiado ocupados a salvarmo-nos para que escutemos o grito de socorro do vizinho. Enquanto o parecer se sobrepuser ao ser, estamos condenados. Os meus sentimentos à família e principalmente aos filhos. A vossa Mãe ama-vos muito”, conclui.
Texto: Bruno Seruca Fotos: Impala e reprodução Instagram