A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) anunciou esta quarta-feira, através de comunicado enviado à Lusa. que não tem qualquer ligação com a música «Abre os Meus Olhos», a mesma que estava a ser comparada com a de Diogo Piçarra, «Canção do Fim».
«Face às recentes notícias que referem que a música composta e interpretada pelo cantor Diogo Piçarra na semifinal do Festival da Canção é um plágio de uma música da IURD [Igreja Universal do Reino de Deus] e de um pastor desta Igreja, vem a IURD esclarecer que tal não corresponde à verdade”, pode ler-se numa nota enviada à Lusa.
Esta nota vem corroborar o que avançámos no nosso site na passada segunda-feira. A TV7 Dias adiantou que «Abre os Meus Olhos» é um hino religioso de 1986 , da autoria do pastor Walter McCallister, fundador da Igreja Cristã Nova Vida, ramo da igreja evangélica brasileira.
A IURD sublinhou ainda que não «detém qualquer direito sobre esta música, nem o intérprete ali referenciado tem qualquer relação com a IURD».
Fãs revoltados com desistência de Piçarra
O anúncio da desistência, feito por Diogo Piçarra esta terça-feira, 27 de fevereiro, apanhou todo o universo festivaleiro de surpresa. Ainda mais porque, no dia anterior, o próprio músico ter negado o alegado plágio.
Nas redes sociais, os fãs de Diogo Piçarra expressaram, incrédulos, a sua deceção.
Parabéns a todos os invejosos, mal formados e infelizes. Conseguiram o que queriam. O Diogo Piçarra fora do Festival da Canção. Não é ele o único a perder, todos nós, portugueses, perdemos com ele. Perdemos a oportunidade de ser representados por um exemplo em tudo.
— Cátia (@MusicIsLikeGod) 27 de fevereiro de 2018
A ambição dos fracos é ver os bons no chão, tenho dito. Em vez de se dar as felicitações ao Diogo Piçarra por tudo de maravilhoso que fez e faz, preferem esconder-se por detrás da cobardia.
“Podem fazer muros, mas não tapam a alma”, muito menos uma alma tão genuína.
Força!— Diogo Rosa (@ThDRosenberg) 27 de fevereiro de 2018
As pessoas conseguiram que a mensagem da música do Diogo Piçarra fosse mais verdadeira, há cada vez mais egoísmo na nossa sociedade
— ? (@causeidfcbitch) 28 de fevereiro de 2018
A Universal Music, editora de Diogo Piçarra, já veio manifestar publicamente apoio ao músico, num comunicado publicado no Facebook.
A 50ª edição do Festival da Canção tem sido particularmente rica em polémicas. Mesmo antes do arranque, José Cid e o sobrinho, Gonçalo Tavares, separaram-se. Gonçalo deveria ser o intérprete da Canção de Cid, mas divergências artísticas fizeram com que o músico avançasse sozinho.
Na primeira semifinal, um erro na contagem do televoto apurou, por engano, a música composta por Mallu Magalhães. A nova contagem acabaria por excluir Mallu da final e apurar Jorge Palma para a final deste domingo. Ainda durante esta semifinal, José Cid abandonou mais cedo a green room. O músico que não se apurou para a final, diria depois que o querem «destruir».
Seguiu-se mais uma acusação de plágio, desta vez dirigida a Paulo Praça e à música «A Mesma Canção», que não se apurou para a final.
A menos de três meses de Portugal receber pela primeira vez o Festival Eurovisão da Canção, a final nacional está envolta em uma das maiores polémicas de sempre. Até porque Diogo Piçarra era o favorito para a vitória…
No próximo domingo, 4 de março, Portugal decide quem será o representante nacional no Festival da Eurovisão.
Texto: Raquel Costa | Fotos: RTP