Depois da Fátima, a protagonista da novela “A Serra”, a atriz regressa como Maria, um personagem mais leve. “Eu não penso qual a personagem que quero fazer a seguir, é sempre um desafio, mas realmente está a ser muito bom, muito leve, onde rio muito com a Carla Andino. Guardo muito boas recordações da Fátima, foi a personagem que mais me fez crescer e onde senti que tive mais margem de manobra para mostrar o meu trabalho enquanto atriz. Quando se tem mais incidência e muitas cenas há cenas mais difíceis e oportunidade de mostrar talento, portanto, vou sempre guardar a Fátima como a minha primeira protagonista e o meu grande papel”, revela a atriz, assumindo que sendo um papel mais leve, não sente tanto o peso da responsabilidade. “Sim, é mais leve, fazer uma protagonista, apesar de ser sempre obviamente um projeto conjunto onde todas as pessoas são importantes, quando somos a protagonista é levar o projeto às costas, é querer dar o exemplo, se eu consigo todos vamos conseguir. Ter uma personagem mais leve e com menos incidência acaba por me deixar um pouco mais descontraída.”
Prestes a completar 24 anos de vida, a atriz é hoje uma mulher diferente de quando se estreou há sete anos em Coração de Ouro. “Sou uma mulher muito decidida, pragmática e que sabe bem o que quer e que sabe bem o que tem que fazer, as coisas que se calhar tem que abdicar, por onde é que tem que caminha. Tenho os meus objetivos muito bem definidos. Sou uma pessoa muito amiga dos meus amigos, da minha família, dos meus tempos livres”, conta, adiantando ainda: “Cada vez mais aprendi a estar sozinha, que era uma coisa que eu não sabia. Tive uma fase na minha adolescência em que tinha medo de estar sozinha e não tinha essa consciência, mas eu percebia que tinha que estar sempre ocupada. Eu saia do estúdio cansada mas tinha que ir jantar com uma amiga, tinha que estar a fazer qualquer coisa. Hoje em dia aprendi a estar em casa, a dar descanso ao meu corpo e foi uma coisa que a quarentena trouxe muito. Primeiro foi assustador estarmos a sós com os nossos pensamentos, mas depois de bom. Só quando nos confrontamos com as coisas que não estão bem na nossa vida é que podemos começa a trabalhar isso e começar a ser versões melhores de nós próprios.”
Júlia Palha faz um balanço muito positivo da sua carreira, no entanto, nem tudo foi sempre um mar de rosas. “Já me fecharam muitas portas e ainda hoje. Então ultimamente que estamos a começar a fazer castings lá para fora farto-me de ouvir nãos. Costumo dizer muito uma frase que é: “Eu acho que há um papel para ti e esse papel não é o tão bem que o representas ou não, é como tu, fisicamente e emocionalmente podes ser essa pessoa.” Eu acredito que se a pessoa estiver destinada a seguir este caminho pode ouvir muitos nãos, mas vai chegar o dia em que vai ouvir o sim e vai ser o sim certo.” Com o sonho de fazer carreira internacional, a atriz tem concorrido a vários castings. “Já fiz muito castings para séries internacionais e um não custa mas marcado não. Sonho trabalhar lá fora e gostava muito que o meu trabalho chegasse a muitas pessoas. Quero obviamente continuar a trabalhar em Portugal mas finalmente as grandes plataformas estão a chegar a Portugal e acredito que em parceria com as produtoras de cá se comece a produzir coisas maiores. Um artista só quer chegar ao maior número de pessoas possível. É esse o meu objetivo quando digo que quero fazer carreira internacional.”
Leia a entrevista exclusiva na edição da TV 7 Dias já em banca.
Texto: Neuza Silva (neuza.silva@impala.pt); Fotos: DR e Arquivo Impala