EXCLUSIVO! João Baião vive primeiro Natal sem a mãe: «Vai ser mais triste»

Estivemos no Olhó Baião! e, à TV 7 Dias, o apresentador revelou como vai viver a quadra natalícia, as saudades que sente de Maria do Rosário e os sonhos que ainda tem por realizar.

25 Dez 2019 | 13:20
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Enérgico e único. Assim é João Baião, que, aos 56 anos, continua a brindar os telespectadores com a sua boa disposição em Olhó Baião!. Homem dos sete ofícios, é um dos artistas mais conhecidos do panorama português.

Ama a televisão, mas não vive sem o teatro. Em antena, aos sábados e domingos, na SIC, com o matutino Olhó Baião!, o comunicador já vive imbuído pelo espírito natalício e até já montou a árvore de Natal em estúdio. No entanto, este ano a festa em família será «mais calma», devido à partida da mãe, Maria do Rosário, no início do passado mês de outubro.

«Vou passar o Natal com os meus irmãos. O meu pai há nove anos e a minha mãezinha há um mês que partiram… portanto, vai ser um Natal mais triste, mas vamos estar calmos», desabafou, reforçando que prevalecem as lembranças: «Os nossos Natais sempre foram vividos em família, com muita harmonia e, sobretudo, muita alegria, e isso é uma coisa que recordo. Gosto sempre de recordar, e fico sempre nostálgico, porque os Natais foram sempre com a família toda, e eu juntava os meus primos e preparava um espetáculo para a consoada antes de chegar o Pai Natal, que era a minha tia que se vestia de Pai Natal, e fazíamos sempre um espetáculo para a família.»

Filho de alentejanos, o apresentador recua no tempo e lembra ainda um Natal que o marcou. «Uma vez passámos um Natal em Beja, em casa de um tio, e foi dos melhores Natais que tive. Sobretudo, o espírito de família que conseguimos juntar na viagem para lá. Foi numa altura em que não havia autoestradas e então demorava-se imenso a chegar. Íamos parando em alguns sítios», disse, prosseguindo: «Lembro-me da viagem com os presentes todos na mala do carro, e nós [N.R.: João Baião e irmãos] com curiosidade para sabermos o que era, lembro-me da chegada em casa do tio, ainda por cima o meu primo tinha no último piso da casa uma pista de comboio feita com legos e nunca mais me esqueci daquele comboio. Sempre sonhei ter um dia aquele comboio, tanto que há dois anos comprei uma construção de legos e montei um comboio em minha casa, porque sempre fui fascinado pelos comboios, e daquela coisa das linhas que se cruzam.»

 

«Agora tenho um sobrinho-neto e vou ter outro»

 

Saudosista, João Baião afirma que é sempre com carinho que recorda a infância e em especial os momentos que antecedem o soar das 12 badaladas. «São principalmente aqueles minutos antes da meia-noite e de ouvir a porta a bater, e lá vinha a minha tia vestida de Pai Natal. Era uma alegria enorme.»

E é o sentimento de união que tenta transmitir agora aos benjamins da família. «Agora tenho um sobrinho-neto e vou ter outro. Perspetivamos os nossos Natais e a nossa euforia do Pai Natal para os mais pequeninos e é uma alegria só de ver. Só que agora os miúdos têm tudo, até ficam perdidos no meio de tantos brinquedos. Quando era pequeno também recebia presentes, e lembro-me de alguns que marcaram a minha infância, mas também me lembro de algumas frustrações que tive… sempre sonhei ter uma pista de comboio e nunca a tive», confidencia, lembrando o presente que mais o marcou.

«Foi quando os meus pais me ofereceram os Robertos Fantoches. O que eu vibrei! No ano seguinte fiz um espetáculo para a família com esses bonecos e foi muito giro. Lembro-me que não estava nada à espera de os receber. Ainda tenho esses bonecos e há pouco tempo encontrei-os.»

 

«Ajudei muito a minha mãe»

 

Na cozinha conta que é melhor a provar as iguarias do que a fazê-las. «A minha mãe fazia umas filhós fantásticas!», recorda com um sorriso estampado no rosto. E ficou com a receita da sua mãe? «Não tenho. Talvez a minha irmã saiba fazer. Eu ajudei muito a minha mãe quando era pequenino a estender as massas das filhós.»

Mas no que toca à gastronomia típica desta época não se fica por aqui: «Gosto do bacalhau e dos sonhos. A minha irmã e a minha cunhada cozinham muito bem. A minha cunhada, então, faz doces maravilhosos e gosto sempre de provar um pouco de tudo. Eu gosto de tudo. Só não gosto de bebidas alcoólicas e queijo», relatou, frisando animado: «Houve um ano em que me dediquei muito à cozinha e fiz muito salame. Aprendi a fazer, então diverti-me imenso e fiz salame, salame, salame.»

Com a chegada do Natal vem também o espírito de partilha. Valor que João Baião preserva todo o ano. Não esconde que gosta de receber e que ainda vibra sempre que recebe um presente. «Com o passar dos anos vibramos com coisas diferentes e ainda sou em algumas coisas muito criança, porque fico muito excitado com coisinhas pequenas. Hoje em dia o que é que eu quero? Saúde. Com 56 anos começo a pensar que as maleitas vêm aí e o que quero mesmo é ter saúde e vitalidade para fazer uma série de coisas.»

No entanto, mais do que receber, Baião confessa que dar o torna mais feliz. «Eu fico sempre muito preocupado quando chega esta altura e penso sempre no que vou oferecer. O que vou dar à minha irmã, ao meu irmão e aos meus sobrinhos normalmente deixo sempre tudo para a última hora, mas agora em Londres consegui comprar alguns presentes. Escolho sempre algo que tenha a ver com eles, mas nunca escolho com muito tempo de antecedência», rematou.

 

Sonho por concretizar

 

João Baião vive a quadra natalícia como se fosse uma criança. Contudo, há um sonho que ele pretende realizar. «Gosto de estar em casa, da parte dos presentes, da consoada e, essencialmente, de estar com a família. Mas o meu sonho é um dia passar o Natal num sítio com neve, nunca foi possível», disse, reforçando: «Tento sempre preservar esse espírito familiar ao longo de todo o ano, mas gosto do frio, não gostava nada de passar o Natal no calor. O estar em casa quentinho, com umas mantas, a ver filmes de Natal. Gosto muito de estar com a família. À lareira!»

 

Texto: Telma Santos; Fotografias: Paula Alveno

 

(artigo originalmente publicado na edição nº 1708 da TV 7 Dias)

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