João Mota recorda Casa dos Segredos e afirma: «Sou um HOMEM de MULHERES!»

João Mota diz que a mãe é a mulher da sua vida. A namorada, Mariana Monteiro, é outra figura feminina importante com quem pensa ter filhos mas não casar.

04 Mai 2019 | 12:50
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Como foi sair do anonimato, entrar na Casa dos Segredos 2 e tornar-se tão popular entre os portugueses?

Foi um processo. Também tive o apoio dos meus amigos e da minha família, o que tornou a coisa menos difícil. Foi em 2012. Já passaram oito anos.

Olhando para trás, como é que vê esse momento?

Permitiu-me começar uma carreira de que tanto gosto, fazer aquilo que eu gosto, que ambicionava, permitiu-me conhecer pessoas que se tornaram muito importantes na minha vida. Permitiu-me crescer, teve pontos positivos e pontos negativos, como em tudo, não é? Com os negativos aprendi. Com os positivos também. Cresci, aproveitei e tem sido um bonito percurso.

Que pontos negativos são esses?

Eu entrei neste mundo sem ter noções de nada. Tive de correr atrás, mudar aquilo que estava menos bem, tive de procurar crescer, não só enquanto pessoa, mas também enquanto profissional. Tive bastante apoio da minha agência na altura. Ajudaram-me a procurar formações, que me deram uma perspetiva do que é ser ator, e depois o caminho começou aí.

Tirou Gestão, mas quando foi para o programa já sabia que queria enveredar na representação?

Eu fiz Gestão, licenciei-me em Gestão de Empresas após o programa. Quando entrei ainda não tinha feito o curso, mas quando acabei o programa fui concluí-lo. Quando entrei, tinha um objetivo, que era encontrar alguém que me abrisse portas, e esse objetivo foi cumprido. Desde o início que eu disse que gostava de ser ator.

Mas antes disso veio a moda…

Surgiu um convite e eu aceitei, mas nunca me identifiquei com a moda, não acho que tenha perfil de modelo, nem físico, nem psicológico. Ter perfil para uma coisa é, acima de tudo, gostar daquilo, e não é uma coisa que me dê muito prazer, não gosto muito de tirar fotografias, não costumo desfilar.

E já fez sete novelas.

Sim. Tenho tido oportunidades, também tenho de agradecer à SP, foi a produtora com quem mais trabalhei, ao José Martins (N.R.: diretor de atores desta novela), que me ajudou muito no meu crescimento enquanto ator, e depois fui fazendo formações fora.

 

O silêncio sobre Fanny

 

Venceu a Casa dos Segredos 2. Como é que sentiu isso?

Na altura não estava à espera, acabou por acontecer, fiquei feliz.

Fez muitos amigos nessa altura?

Ainda tem alguns com quem fale hoje? Ainda falo com alguns, não é todos os dias. Até recentemente houve um jantar a que eu não consegui ir. Não estou com eles diariamente, mas trocamos mensagens no Instagram.

E a Fanny? Eram muito próximos. Hoje em dia falam-se?

Não vou falar disso.

O que fez com o prémio que recebeu?

Guardei-o e pronto. O que faço com o meu dinheiro não interessa a ninguém. Interessa a mim e aos meus familiares.

A Casa dos Segredos foi a sua “rampa de lançamento”?

Foi através do programa que me ficaram a conhecer. Depois conheci as pessoas certas e fui trabalhar. Nada me foi dado. Quando entrou na Casa dos Segredos, disse que tinha sofrido de violência doméstica.

Na altura, a sua ex-namorada disse que o ia processar. Houve processo?

Não vou falar disso.

Desde os Morangos com Açúcar até esta novela, Alguém Perdeu, foi sempre tendo papéis. Está preparado para um dia não receber convites para entrar numa novela?

Eu tenho trabalhado e tenho tido essa sorte de estar a trabalhar. Estou muito grato às pessoas que me dão essa oportunidade.

Há instabilidade na vida de ator, o que não é nada fácil de gerir. Costuma pensar nisso?

Acho que todos os atores pensam nisso. Agora estou muito focado neste projeto e a dar o meu máximo, acho que é o que posso fazer face a isso, porque Portugal está recheado de grandes atores e a CMTV, também a fazer novelas, abre um leque de mais oportunidades para todos. É um facto, há essa instabilidade… um passo de cada vez.

 

«Faço cenas de sexo com muita naturalidade»

 

Nesta história está a dar vida a um prostituto. Inspirou-se em alguém em particular?

Fiz um trabalho de pesquisa relativamente à prostituição e falei com amigos que têm conhecimento de algumas coisas desse mundo. Eles não são, mas conhecem pessoas e deram-me algumas informações. Depois fiz muito trabalho de ensaio para ir ao encontro daquilo que me pediam, trabalhar todos os dias. Pesquisei na Internet e vi alguns filmes.  Ele é um prostituto, mas também é um marginal, e foi por aí.

Está a gostar deste papel?

Está a ser muito desafiante, estou a trabalhar com excelentes atores e estou a sentir que estou a evoluir, a ir ao limite no que diz respeito às cenas. Há cenas bastante fortes.

Como é gravar cenas mais quentes com o Almeno Gonçalves. É constrangedor?

O Almeno é um excelente ator e é um grande amigo, é uma pessoa incrível. É um dos melhores atores do nosso país e eu tenho o privilégio de estar a trabalhar com ele, ajuda-me muito e é maravilhoso.

Qual tem sido o feedback dos seus amigos e familiares?

Brincam com o facto de estar a fazer um prostituto, brincam com o Bomba. Ainda agora estive no ginásio e os meus amigos chamaram-me Bomba.

Pelos episódios, já se vê que vai haver envolvimento sexual… O público vai ver cenas mais quentes?

Têm de esperar para ver.

É simples: ou sim ou não…

O que a Imprensa escreve é o que a Imprensa escreve. Outra coisa é o que acontece. Cenas de beijos ou cenas de sexo são coisas que eu faço com muita naturalidade, porque é o que é. Para mim não há constrangimento e para os outros atores também não.

Esteve no Brasil a estudar representação. Não recebeu nenhum convite no Brasil para trabalhar?

Não recebi nenhum convite. Estive a estudar, não estive a tentar trabalhar lá. Fui lá fazer cursos, estive lá três meses. Na altura, o meu objetivo era crescer enquanto ator, até porque não tinha uma carreira em
Portugal. E cá faz-se coisas muito boas. Eu gosto muito do meu país.

Gostava de trabalhar lá?

Claro, é outro país, é o poder trabalhar com outros atores que se admira, mas estou muito contente com o que se faz cá e com o que tenho feito. Tenho tido personagens muito boas.

A Mariana Monteiro foi consigo?

Sim.

 

«Ser pai é uma missão muito importante»

 

Como é que vai o vosso namoro?

Vai muito bem. Sete aninhos. Está tudo bem.

Como é que se conheceram?

Foi num jantar de amigos em comum.

O que o cativou nela?

A simplicidade dela.

E o que é que o faz querer estar com ela?

A grande mulher que ela é. As causas que defende, a forma como as defende, a forma como procura os seus objetivos, a forma como sorri para mim… tudo.

Diz que casar não faz parte dos seus planos, mas gostava de ser pai…

Sim. Não ligo ao casamento e ela tambémnão, mas se ela ligasse eu faria isso por ela. O amor por si só… e com o tempo vai-se vendo o amor noutra perspetiva, o casal vai crescendo. E há melhor celebração do que crescer juntos? Não.

E um bebé? Quando é que vem?

Não sei dizer. Claro que é algo que queremos muito, até porque ser pai é uma missão muito importante. Queremos, mas não sei quando. Tenho 28 anos, ela tem 30… nos próximos anos, se calhar.

Tem irmãos?

Tenho duas irmãs. Uma mais nova e uma mais velha. Sou um homem de mulheres, porque eu fui criado principalmente pela minha mãe, tive uma grande influência da minha mãe e da irmã mais nova, a mais velha seguiu a vida dela muito cedo, mas também me criou até certa altura. Mas sou um homem que tem muita influência de mulheres, sou um homem sensível. A minha mãe é a mulher da minha vida e tenho a minha namorada também, que é uma mulher muito importante para mim.

É verdade que chegou a ganhar 2500 euros por hora numa presença?

(Risos) Dessas coisas não se fala, não faz sentido.

Ganha-se bem na representação?

Eu ganhei tanto como ser humano…

Mas compensa monetariamente?

Sou um privilegiado porque faço o que gosto. Tenho apanhado pessoas tão boas a trabalhar! Exemplo disso é este elenco, esta produtora, equipa técnica, são incríveis.

Tem ido ao Algarve?

Sempre que posso. Gravo bastante, mas consigo ir sexta à noite e ficar sábado e domingo.

Os algarvios que o conhecem, o que lhe dizem?

Quando vou ao Algarve passo muito tempo em casa… ou vou à praia sozinho. Como vou pouco tempo, gosto de aproveitar para estar em família. Os vizinhos cumprimentam-me e perguntam se estou de férias…

Os fãs param-no na rua?

Tiram fotografias, isso é importante. Sou simpático, é para eles que trabalho.

Entrou no filme O Leviano. O cinema faz parte dos seus planos?

Claro! Na altura estava a fazer As Poderosas e estava a gravar em Lisboa. Tive de me coordenar porque filmámos no Algarve. Gostei muito.

E teatro?

Fiz uma peça, Vanya e Sonia e Masha e Spike. Foi um grande desafio para mim, o meu personagem andava praticamente quase sempre em cuecas. No primeiro dia de ensaios, até fiquei nervoso, mas depois diverti-me muito.

Como é que se vê daqui a muitos anos?

Quando for velho, gostava de ser uma pessoa que inspirasse os jovens e não quero sentir a nostalgia de ter deixado coisas por fazer.

Veja mais:
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João Mota e Mariana Monteiro cada vez mais apaixonados
Texto: Mafalda Dantas | Fotos: Arquivo Impala

 

(texto publicado na edição 1676 da TV7Dias)

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