Os dias não têm sido fáceis para Jorge Jesus. O treinador português soube esta terça-feira, 16 de março, que o amigo Mário Veríssimo foi a primeira vítima mortal do novo coronavírus em Portugal. No mesmo dia, descobriu também que é portador assintomático do vírus que provoca a doença covid-19.
Embora aguarde ainda o resultado de um segundo teste, Jorge Jesus fez questão de agradecer o apoio dos amigos e fãs. «É verdade que o meu teste deu positivo. Sinto-me normal, como me sentia há um mês, há um ano. Não vejo sintomas nenhuns mas é verdade que tive o teste positivo. Vou ficar de quarentena», explicou o treinador do Flamengo, num vídeo publicado nas redes sociais.
O Flamengo anunciou, esta segunda-feira, dia 16, que os exames feitos a Jorge Jesus para Covid-19 tiveram «resultado positivo fraco ou inconclusivo» e, por isso, terá de fazer uma contra-análise.
«O Clube de Regatas do Flamengo informa que os testes para detectar a presença do Covid-19 em atletas, comissão técnica e funcionários do departamento de futebol foram concluídos na tarde desta segunda-feira (16). O clube informa que o treinador Jorge Jesus realizou um primeiro teste para o Covid-19 e o resultado foi um positivo fraco ou inconclusivo. A contraprova do resultado está sendo realizada», lia-se no comunicado. Segundo uma nota divulgada pelo clube carioca, o treinador será submetido a um novo exame esta terça-feira, dia 17 de março, e o resultado deve estar pronto em 24 a 48 horas.
‘Foca’, a primeira vítima do coronavírus em Portugal
De acordo com os números divulgados pela Direção Geral da Saúde e Ministério da Saúde esta segunda-feira, são 331 os infetados pelo coronavírus em território português. A primeira vítima mortal, Mário Veríssimo, de 81 anos, era amigo de Jorge Jesus. Mais conhecido como ‘Foca’ no meio do futebol, Mário Veríssimo era uma figura mítica do Estrela da Amadora, onde conheceu o atual treinador do Flamengo.
A amizade estendeu-se ao longo de várias décadas e, como conta o antigo dirigente do clube da Amadora, Marques Pedrosa, os jantares eram frequentes e o pitéu um dos favoritos de Jesus. «Quando o Jesus podia também se juntava. Aliás, aquela história da cabeça da garoupa até começou connosco porque quando íamos para o Algarve os ingleses não gostavam da cabeça do peixe e nós, que éramos uma família, ficávamos com ela», relembra Marques Pedrosa ao Observador.
Texto: Raquel Costa e Mariana de Almeida | Fotos: redes sociais
