Jorge Paixão da Costa: «Todos estamos a atravessar uma guerra neste momento

75 anos depois da II Guerra Mundial, o mundo vive um novo conflito à escala global. Em contagem decrescente para a estreia de A Espia, o realizador da trama faz o paralelismo com a atualidade.

04 Abr 2020 | 11:00
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Daniela Ruah e Maria João Bastos são as protagonistas de A Espia, série de época, passada durante a II Guerra Mundial, que chega à RTP1 a 8 de abril. Jorge Paixão da Costa, realizador desta megaprodução, levanta o véu sobre o que pode o telespectador esperar e fala também dos desafios que o mundo do cinema e do audiovisual atravessará depois deste novo conflito provocado por um inimigo invisível.

Quais foram os principais desafios de realizar uma produção desta envergadura?

São os habituais que estas produções de época exigem de um realizador. Neste caso, tratava-se de uma produção que era muito deslocada. Foi feita em várias cidades, muita gente envolvida e um rigor plástico fora do comum.

Tem no seu currículo vários filmes e séries de época. Quais são as especificidades, em termos de rigor histórico e outros aspectos estéticos, da realização de um formato deste género?

Tenho muita experiência nesta área. Há 25 anos que faço séries de época e estas séries são normalmente muito exigentes. Exigem uma grande pesquisa, um grande domínio do carácter das personagens, exige uma leitura cuidada dos acontecimentos e um pouco mais do que qualquer filme ou série.

Quais são as principais ideias que gostaria que chegassem ao telespectador que irá ver A Espia?

Que se prepare para ver uma série um pouco diferente e feito com um cuidado que é pouco habitual nas séries portuguesas. Mas um cuidado não é só da realização. é também da produção, dos atores. Sobretudo, prepara-se para ver atores em desempenhos de que não estaria à espera. São personagens muito fortes e os atores foram absolutamente fora de série a desempenhá-las.

«Durante a guerra, ninguém é o que parece» é a frase promocional de A Espia. É inevitável fazer aqui um paralelismo com o tempo que vivemos. Sente-se também a atravessar uma guerra?

Todos nós estamos a atravessar uma guerra neste momento.

Quais acha que vão ser as consequências a médio prazo deste período que estamos a viver para a produção de ficção televisiva mas também para o cinema?

As consequências deste momento são muito difíceis de prever. O que sei é que muita coisa vai mudar. Como é que vai mudar, não faço a mínima ideia. Presumo que muitos dados adquiridos que a Humanidade tinha não vão ser mais dados adquiridos mas dados a adquirir. No caso do audiovisual, da ficção televisiva, do cinema, o digital já operou um momento superiormente disruptivo. Acho que o momento que atravessamos também pode ser considerado do ponto de vista social e acho que irá influenciar muitas histórias, muita forma de ver o lado plástico, estético, quer do cinema, quer da televisão.

Texto: Raquel Costa | Fotos: RTP

 

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