Em março passado, a TV 7 Dias noticiava a tensão entre Ana Leal e Sérgio Figueiredo, diretor de informação da TVI. Depois de uma reportagem do programa de Ana Leal não ter sido emitida, o formato foi temporariamente suspenso a 10 de março, não tendo voltado à antena.
Agora, a uma carta dos elementos da equipa da jornalista da TVI [André Carvalho Ramos, Cláudia Rosenbusch e Sara Bento ], enviada ao Conselho de Redação da estação revela mais pormenores sobre a tensão entre Sérgio Figueiredo e os elementos do segmento de investigação jornalística.
O documento, a que a Lusa teve acesso, contesta a decisão da direção de informação, considerando que o «jornalismo não está de quarentena». A carta refere que o Diretor de Informação, Sérgio Figueiredo, decidiu manter a «marca de água ‘Ana Leal’ para que os espetadores soubessem que o programa estava vivo», mas retirou a «respetiva autorização acordada com a jornalista Ana Leal, sem nunca explicar porquê».
A equipa do programa, tal como a TV 7 Dias noticiou, seria dissolvida a 26 de março, sendo os jornalistas reintegrados na redação. A missiva refere que nunca foi referido «que se tratava de uma situação transitória para acorrer a necessidades da redação» e que «a ideia foi transmitida como definitiva»
«Enquanto os incêndios não se apagam, não é hora de questionar os bombeiros»
Na mesma carta, surge uma mensagem de Whatsapp, datada de 17 de março, alegadamente enviada por Sérgio Figueiredo, na qual o diretor de informação explica «o que pretendia da informação da TVI».
«Jornalismo é informar, mas é, sobretudo, ter a noção do papel que desempenha na sociedade. Por isso, também é filtrar, ter a noção do tempo e do modo como o nosso trabalho impacta na vida dos outros. Enquanto os incêndios não se apagam, não é hora de questionar os bombeiros. Não ignoramos as falhas, mas estar a insistir nelas, estar sobretudo preocupado em denunciar o que não funciona, assusta as pessoas e afasta-as da antena, provoca rejeição. As televisões têm agora a preocupação de informar, de esclarecer, de ser pedagógicos, de perceber que as pessoas precisam sobretudo tranquilizar-se e confiar».
Esta mensagem seria uma resposta a Ana Leal sobre uma reportagem a ser exibida a 18 de março. «Quando ela acabar [a pandemia], quando ela for vencida, então voltamos a questionar, a denunciar, a pôr em causa. Como sempre temos feito, como esta equipa tem feito, com o aval e o comprometimento pessoal deste diretor que vos admira e dá o corpo às balas para que nenhuma pressão nenhum interesse vos trave», escreveu ainda o diretor de informação da TVI.
Na carta, este grupo de jornalistas ressalva que os cidadãos «têm o direito a não quererem estar informados» e que, para alguns, poderá ser preferível «não saber o que está a acontecer». «Mas esse é apenas um direito do cidadão, mal andaríamos se fosse um dever do jornalismo. Ao jornalista exige-se que informe e que o faça com responsabilidade, ou seja, sem alarmismos infundados, mas com a verdade. Longe vão os tempos em que a Comunicação Social estava proibida de noticiar aquilo que deixasse as pessoas alarmadas», escrevem ainda.
Em declarações à Lusa, fonte oficial da TVI disse que «os dois espaços de informação dedicados ao jornalismo de investigação estão suspensos até decisão contrária» e que «não há planos, nem data, para o regresso de qualquer um deles».
Texto: Raquel Costa | Fotos: redes sociais e TVI
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